São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996 |
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Diretor diz que não tem culpa
FÁTIMA GONÇALVES
"Não tenho culpa, mas até a própria classe médica não tem me apoiado", queixou-se ontem, em entrevista à Agência Folha. Bezerra Filho reconhece que alguns dos mortos foram vítimas de intoxicação. Ele acha precipitado, porém, responsabilizar o IDR. "Se fosse apenas excesso de cloro na água isso não teria acontecido", afirmou. O médico suspeita que o produto possa ter se associado a uma substância orgânica, supostamente presente na água. Nesse caso, disse, o produto organoclorado, que é venenoso, passaria pelo sistema de filtragem e se misturaria ao sangue do paciente, "o que não ocorreria com o cloro, apenas", afirmou. "Houve, sim, uma intoxicação por substância que estamos tentando descobrir." Para o médico, há possibilidade de que a água utilizada na hemodiálise estivesse contaminada com agrotóxico. "É o que dizem por aí." A secretaria investiga. A remoção gradual dos pacientes que ainda ontem permaneciam no hospital, disse Bezerra Filho, "tira um peso de nossos ombros, mas não a responsabilidade". Segundo o diretor, o nefrologista Idelfonso Rodrigues, que atendia os pacientes no hospital, vem recebendo ameaças de morte por telefone. Rodrigues não foi localizado para confirmar. (FG) Texto Anterior: 'Esperar é morrer', diz paciente Próximo Texto: ABCD quer plano contra enchentes; Índice |
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