São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996 |
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CBF restringe o sexo na Olimpíada
MÁRIO MAGALHÃES
A entidade procura hotel para a delegação se hospedar com exclusividade em Miami, onde disputará a primeira fase do torneio. Os custos serão pagos pela CBF. Os organizadores da Olimpíada ofereceram alojamentos universitários em Miami, mas não há garantia de que não haja mulheres -estudantes ou atletas- no local. "Sexo em si não tem problema", afirma o supervisor da seleção, Américo Faria. "O problema ocorre quando não há limites, quando o sexo não é feito normalmente, quando há abuso e leva à exaustão." Na opinião de Faria, "uma coisa é o sexo com a mulher ou noiva, com segurança". "Com uma parceira eventual, diferente, a coisa muda de aspecto. Há problema de segurança, de saúde, de limites. Momentos antes dos jogos também é errado." Alguns jogadores, como Flávio Conceição (Palmeiras), querem levar suas mulheres para os EUA. Elas ficariam hospedadas em outros hotéis e veriam os maridos nas folgas. No começo de abril, Américo Faria e o administrador da seleção, Carlos Alberto da Luz, viajarão para Miami (Flórida) e Athens (Geórgia), onde escolherão os hotéis. Na primeira cidade, o Brasil jogará a primeira fase e as quartas-de-final da competição, caso se classifique. A outra, a 80 km de Atlanta, será palco das semifinais, da final e da decisão do terceiro lugar. A CBF também recusou o alojamento da Universidade da Geórgia, em Athens. O técnico Mario Jorge Zagallo é partidário da concentração fechada, como na primeira fase da Copa do Mundo de 94, em Los Gatos (Califórnia, EUA). "Uma coisa é sexo", costuma dizer. "Outra é sexo sem limite." Como no Mundial de 94, os jogadores terão em média uma folga por semana. "Quando se lê em jornal que os jogadores foram às compras, deve se entender que eles foram desafogar", disse há três anos um integrante da então comissão técnica da seleção. A delegação chegará aos EUA por volta de 6 de julho. A estréia será no dia 21 e a final está marcada para 3 de agosto. Os únicos esportes olímpicos que não serão em Atlanta são futebol e iatismo. A vila olímpica da cidade-sede da Olimpíada tem capacidade para 15 mil pessoas. Cerca de 2.000 ficarão fora do complexo olímpico. Não há separação por sexo nos prédios, mas por países. A delegação brasileira, por decisão própria, vai separar homens e mulheres por andares. Na Olimpíada de Los Angeles-84, um velocista brasileiro deixou de participar de uma prova de atletismo porque saiu da vila olímpica para um encontro amoroso. Em Barcelona-92, uma das diversões da seleção masculina brasileira de vôlei era espiar jogadoras russas, nuas, num prédio vizinho. Próximo Texto: Jogadores recebem conselho para usar camisinha Índice |
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