São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996
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Suzano usa dupla russa como 'arma'

MARCELO DIEGO

MARCELO DIEGO; KARINA OGO; SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Jogadores são esperança na final

KARINA OGO
O Report/Suzano tem na vontade de vencer de dois russos a principal arma para tentar reverter a decisão da Superliga masculina de vôlei.
A equipe busca o primeiro título do torneio, mas perde a decisão para o Olympikus-Telesp por 2 a 0.
Rouslan Olikhver e Pavel Shishikne chegaram ao Suzano em setembro de 1995, quando foram campeões paulista.
Convocados para disputar o pré-olímpico pela seleção russa, devem viajar no domingo para a Dinamarca. O técnico do Report/Suzano, Ricardo Navajas, porém, pediu para que ficassem.
"São imprescindíveis", disse.
Os russos são amigos desde quando jogavam no Campeonato Italiano -que qualificam como o de melhor nível técnico do mundo.
Olikhver passou pela Lazio/Roma e Dayton/Modena. Shishikne jogou no Fochi/Bologna.
Ambos fazem aniversário em 11 de abril. O ponta Olikhver nasceu em 1969, um ano antes do meio-de-rede Shishikne.Ambos não dizem quanto ganham.
Olikhver é casado e veio ao Brasil acompanhado da mulher e do filho. Diz não sentir saudades da Rússia nem da Itália, mas não sabe se vai continuar no Brasil.
"Não penso muito nisto", disse.
Olikhver já consegue se expressar bem em português. "Falo italiano muito bem, então improviso um pouco e as pessoas acabam me entendendo. Nunca tive problemas em quadra por causa disso."
Olikhver se denomina um "trabalhador". Sua filosofia é só jogar vôlei, sem pensar em diversão ou em criar raízes.
"Vim para o Brasil jogar. Nos poucos momentos de folga, vou para o Guarujá. Mas prefiro ficar em casa", disse.
Olikhver aplica seu dinheiro no banco. Diferente de Shishikne, proprietário de dois restaurantes em Buenos Aires, na Argentina.
Shishikne fala espanhol, inglês e italiano. Disse que ainda não teve tempo de "conhecer o Brasil".
Grafia incorreta Um dos contragostos de Shishikne é ter seu nome grafado de forma errada na camisa do Report/Suzano. O documento russo aponta a grafia correta de seu nome com a letra s. Na camisa, porém, aparece como Chichikne.
Quando chegaram a Suzano, os russos ganharam apelidos díspares. Olikhver virou o "bom-bom": com um português ruim, respondia monossilabicamente "bom, bom" a todas as perguntas.
Já Shishikne ficou sendo o "mau-mau", por ter a fisionomia sempre carrancuda e se irritar com extrema facilidade.
"Ele odeia perder. Fica muito mal-humorado", afirma Navajas.
Se os russos viajarem para o Pré-Olímpico e a série decisiva da Superliga continuar, o técnico Ricardo Navajas já adiantou que entram no time Giba e Alex.

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