São Paulo, quinta-feira, 21 de março de 1996 |
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Magic Marcelinho para arremessar lá na NBA!
MATINAS SUZUKI JR.
Se a diretoria não fizer nenhuma barberagem e deixar o time se concentrar na competição, o retrato em branco-e-preto que está faltando na coleção poderá ir lá para a cidade do Parque São Jorge. * A defesa do Universidad Católica viu bem qual é o "diadema", como dizia o Adoniran Barbosa, de marcar o ataque do Corinthians. Se faz falta no Edmundo, vem o Marcelinho e executa com a precisão de um lutador de caratê (o Marcelinho tem, no pé, a pontaria que o Magic Johnson tem na mão. Então, fica combinado: daqui pra frente é Magic Marcelinho). Se não se faz falta no Edmundo, ele vai lá e marca o gol "by himself". É a versão alvinegra do se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. * Aliás, nada melhor para o futebol de um Estado do que ter pelo menos quatro times em condições de disputar títulos importantes, tal como ocorre agora em São Paulo. O Corinthians na Libertadores, Palmeiras e Portuguesa no Paulista e o São Paulo na Copa do Brasil. A horizontalização do fut é uma arma quente. * O São Paulo está tão confuso que não sabe mais fazer contas. Trocar seis por meia-dúzia, no Morumbi, significa trocar cinco por dois. * Luizão (seu Palmeiras deve jogar hoje completo contra o América) teve duas alegrias na terça-feira não gorda, mas da gorduchinha (teve futebol para todos os desejos). Chegou à cabeceira da artilharia de um campeonato repleto de artilheiros e foi, merecidamente, convocado pelo velho Lobo do fut Zagallo. O Luizão é uma luz grande. * No estádio San Carlos de Apoquindo, em Santiago do Chile, dava para ver o quanto anda atrasada a estrutura do futebol brasileiro. Um belo, vistoso e utilíssimo placar eletrônico, desses que nenhum teatro de futebol brasileiro consegue ter. Essa é uma das razões que nos empurra para a defesa da tese da privatização (ou do regime de concessão para a iniciativa privada) de estádios como o do Pacaembu. * O Campeonato Paulista vai muito bem, obrigado. Mas, antes que o mal cresça de novo, é preciso não dar mole com as torcidas organizadas, que, segundo tudo indica, estão preparando uma nova contra-ofensiva. O pior de tudo, é que agora começou o famoso empurra-empurra brasileiro. A polícia acusa dirigentes e políticos. Vereadores que deveriam estar interessados na melhoria do esporte -caso de Éder Jofre, do partido do Presidente da República que escolheu Pelé como ministro- são acusados de omissão. Quando o torcedor comum começava a acreditar na possibilidade de seu retorno aos estádios, atraído pela inflação de gols, a selvageria das organizadas volta a se assanhar. Um recuo, agora, no banimento das torcidas organizadas, será fatal. Texto Anterior: Sindicato dos jogadores reprova proposta Próximo Texto: Edmundo 70 mil Índice |
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