São Paulo, sexta-feira, 22 de março de 1996
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Negociação com usineiro será caso a caso, afirma Ximenes

Presidente do BB espera recuperar 50% dos créditos duvidosos

DA REDAÇÃO

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Cesar Ximenes, diz que não haverá refinanciamento em bloco das dívidas dos usineiros. "As negociações serão feitas caso a caso", diz.
O BB trabalha com a hipótese de recuperar 50% das créditos duvidosos, para os quais fez provisões no total de R$ 18 bilhões.
Este é o número com o qual Ximenes trabalha quando negocia com os tomadores de recursos.
Esse número, contudo, não é identificado no balanço. "É o crédito engordado com todas as taxas de juros, embute os créditos já julgados como prejuízo, que não estão mais no ativo, com os juros dos contratos", diz.
Terça-feira, o banco deverá definir a meta de recuperação de crédito para este ano e traçar as linhas de uma nova campanha.
A meta anterior, de recuperar 30% dos créditos duvidosos, não foi alcançada. O banco conseguiu atingir apenas 25%. Somente cinco superintendências conseguiram cumprir sua meta.
Ximenes diz que o BB tem mais dificuldades para cobrar dívidas em comparação com os bancos privados. "Está limitado por exigências do Tribunal de Contas da União. Não pode ter a mesma flexibilidade na negociação com os devedores."
O objetivo das mudanças, diz Ximenes, é "dar controles privados a uma empresa pública".
Os créditos de risco do banco serão submetidos ao Conselho de Administração. O relator da política de crédito será um membro do conselho representante dos acionistas minoritários. "Se a operação não for lucrativa, o banco não entrará", diz.

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