São Paulo, sexta-feira, 22 de março de 1996
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Presidente comemora e nega fisiologismo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso negou ontem, por meio do porta-voz, Sergio Amaral, que tenha atendido pedidos de políticos para evitar derrotas na Previdência e na CPI dos Bancos.
FHC passou o dia comemorando as duas vitórias. Recebeu lideranças, a juventude do PPB e governadores tucanos.
"Para se discutir se o presidente praticou a política do 'é dando que se recebe' tem que se considerar se a premissa é verdadeira, se existem cargos sendo oferecidos por causa de votação", disse Amaral.
O porta-voz negou que FHC tenha feito acertos com o PPB, com o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e com os senadores peemedebistas Iris Rezende (GO), Jader Barbalho (PA) e Gilberto Miranda (AM).
Quando questionado se os acertos não previam que os favores aconteceriam a médio prazo para não demonstrar uma ação do governo em favor das votações, Amaral disse que era preciso "ver se isso vai mesmo acontecer" para poder cobrar do governo.
No caso do PPB, Amaral reafirmou que o partido, como membro da base do governo, deve ganhar um ministério. "Isso é legítimo", afirmou. "Quando for feita uma modificação, que no momento não está sendo cogitada", completou.
Ao falar sobre Maluf, Amaral disse que a federalização das dívidas do município de São Paulo está sendo discutida desde a gestão de Pérsio Arida no Banco Central. "Não foi nada fechado", disse.
FHC chamou ontem os líderes do governo e dos partidos aliados na Câmara a seu gabinete para agradecer "de público" a aprovação da reforma da Previdência Social.
"Há momentos em que a gente precisa reconhecer de público o esforço feito", discursou.
Ao sair para almoçar, FHC foi indagado pelos jornalistas sobre a CPI dos Bancos, já derrotada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado.
"Faz como o povo. Olha para a frente. O povo está feliz, apoiando o governo", respondeu.

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