São Paulo, sábado, 23 de março de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Estoque será reposto hoje
MÁRCIO DE MORAIS
Tudo isso se agravou com o déficit nacional de álcool, que tornou os estoques estratégicos muito baixos. Só de álcool anidro, o Sudeste tem um déficit de 293 milhões de litros até o início da safra, em maio. O anidro serve de mistura para a gasolina. A regularização está prevista para a partir de hoje, com o descarregamento de dois navios do combustível na Refinaria de Duque de Caxias. Os dois navios têm uma carga de 13,1 milhões de litros de álcool hidratado (combustível) e mais 3,8 milhões de litros de álcool anidro, para ser misturado à gasolina. Só que, para iniciar o descarregamento desses dois navios, a estatal tem de esperar um terceiro navio ser descarregado. Esse navio traz álcool anidro do exterior e só deixará o terminal ao encerrar o descarregamento, o que estava previsto para ontem à noite. Conflitos O outro problema diz respeito ao desentendimento da Petrobrás com os usineiros, que levou a estatal a substituir os estoques de álcool anidro de dois tanques -totalizando um volume de 30 milhões de litros- pelo MTBE (metil-terti-butil-éter). Um terceiro tanque, que possuía álcool combustível, foi contaminado por álcool importado e acabou se tornando inútil para o uso. A carga foi transferida para a Refinaria Landulfo Alves, na Bahia, onde está sendo reprocessado com resina. Assim que a operação se encerrar, o álcool retorna ao Rio. O MTBE é uma substância que pode substituir o álcool anidro na mistura com a gasolina, como já está sendo feito no Rio Grande do Sul. A lei que determinou que se misturasse 22% de álcool anidro à gasolina não permite que nenhum outro produto o substitua. Tanques Outra dificuldade da Petrobrás diz respeito à operação dos seis tanques-reservatórios de álcool da refinaria -cada um com capacidade de 15 milhões de litros-, cujas instalações não têm capacidade para fazer ao mesmo tempo o descarregamento dos navios e o bombeamento do combustível para as distribuidoras. Quando chega um navio, o bombeamento para as distribuidoras também tem de ser suspenso e vice-versa. Assim, o reinício do bombeamento para as distribuidoras depende do fim do descarregamento de todos os navios atracados no terminal. Texto Anterior: Falta de álcool atinge 360 postos no Rio Próximo Texto: Petrobrás vai ampliar suas compras internas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |