São Paulo, sábado, 23 de março de 1996
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Chile faz acordo comercial com Mercosul

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Chile e Mercosul vão assinar em 25 de junho deste ano um acordo que estabelece o livre comércio entre o bloco econômico e o país do Cone Sul.
Isso representa o primeiro passo para a integração institucional do Chile ao Mercosul (tratado comercial que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai).
O acordo para a instituição da área de livre comércio a partir de 1º de julho foi finalizado em Cartagena (Colômbia), durante a reunião de ministros de Relações Exteriores e Comércio do continente americano.
Ele será assinado em Buenos Aires (capital argentina) no dia 25 de junho.
Por enquanto o Chile não se enquadra no plano de unificação de tarifas alfandegárias estabelecido pelo Mercosul.
Esse ponto ainda está sendo estudado, mas deve ser resolvido em breve, disseram em Cartagena os principais protagonistas das negociações, os ministros de Relações Exteriores da Argentina, Guido Di Tella, e do Chile, José Miguel Insulza.
Segundo Di Tella, mesmo sobre a instituição da área de livre comércio, ainda há alguns pontos pendentes, mas que serão resolvidos antes do dia 25 de junho.
"Estamos muito satisfeitos pelo fato de termos chegado a um acordo. O mais surpreendente é que ele não estava na agenda da reunião de Cartagena", disse Insulza.
Ambos os ministros expressaram a intenção de ampliar o mais rápido possível a participação do Chile no acordo. "Queremos o Chile como membro pleno. A associação comercial é apenas o primeiro passo", disse Insulza.
Comemoração
O presidente chileno, Eduardo Frei, vai celebrar em Brasília, junto com o presidente Fernando Henrique Cardoso, a entrada de seu país no bloco.
Frei chega ao Brasil depois de amanhã. Ele vem acompanhado de 130 empresários chilenos.
O principal motivo da viagem é tentar estreitar os laços entre os setores produtivos de ambos os países.
Segundo a agência "AFP", diplomatas brasileiros confirmaram mudanças no protocolo que já estava estabelecido devido ao fechamento do acordo em Cartagena.
Nafta
O acordo entre Chile e Mercosul sai justamente em um momento em que estão estagnadas as conversações entre o Chile e o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que une México, EUA e Canadá).
Os congressistas republicanos conseguiram retardar a aprovação do "fast track" (via rápida) para a adesão chilena ao tratado.
O presidente Eduardo Frei, porém, disse que uma eventual união de seu país com o Mercosul não impediria o andamento das negociações com o Nafta.

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