São Paulo, sábado, 23 de março de 1996 |
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Marca petista; A culpa; Tropa do cheque; Cursinho da Poli; Desfiliados; Futebol carioca; Direitos do trabalhador Marca petista "Ao abordarem, em seu editorial de 21/3, o orçamento participativo, os editores esqueceram de mencionar que essa proposta que vem dando excelentes resultados em Porto Alegre nada mais é do que a marca petista de governar. Também na gestão Luiza Erundina, em São Paulo, essa experiência foi realizada. Com características diferentes, porém com o mesmo princípio: a participação popular. Outras cidades administradas pelo PT e pela Frente Popular têm como eixo fundamental, enquanto proposta política, a participação popular, isto é, o resgate da cidadania por meio da participação, decisão e interferência da população nos rumos e prioridades da administração." Marta Suplicy, deputada federal pelo PT-SP (São Paulo, SP) A culpa "Nós, da Força Sindical, que há alguns meses participamos de articulações que levaram o companheiro Guiba a reunir-se com lideranças empresariais e com a nossa Central para tratar da luta comum de trabalhadores e empresários, hoje reconhecemos que nossa iniciativa pode ter contribuído para o desgaste político do companheiro Guiba no interior da CUT e para a recente decisão de sua substituição na presidência de seu sindicato pelo atual vice, Luiz Marinho. Nem por isso podem nos considerar responsáveis por essa decisão aparentemente intempestiva da CUT. A CUT, que diante dos seus problemas e de sua própria fragilidade interna procura sempre tentar superá-los usando-nos, só falta também, agora, nos responsabilizar pelas recentes e dramáticas enchentes no ABC." Paulo Pereira da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo (São Paulo, SP) Tropa do cheque "Cada Fernando tem a tropa que merece: a do Collor era a 'tropa de choque' enquanto a de FHC é a 'tropa do cheque'! Por bem menos, em outras épocas o clamor da imprensa foi preponderante no processo de impeachment de um presidente. Hoje, sua atuação é estranhamente tímida, parecendo que o 'verniz de estadista' do nosso presidente-intelectual permite todos os deslizes por conta das suas pretensas boas intenções." Silvio Luiz Andolfato (São Paulo, SP) * "Quando das votações das reformas no Congresso no ano passado, as oposições afirmaram que com o esquema montado pelo governo federal até uma proposta de revogação da Lei Áurea seria aprovada e achei que era exagero. Entretanto, ao assistirmos a votação da emenda da Previdência, fica claro que as oposições estavam fazendo uma boa avaliação." Alexandre Gomes da Silva (Salvador, BA) Cursinho da Poli "Há alguns anos o cursinho da Poli enfrenta a ameaça de despejo, o que agora veio a ocorrer. Só quem já foi aluno reconhece o caráter social presente no projeto CP, fato que pode ser verificado pelo considerável número de estudantes da USP, Unicamp, Unesp e Fatec que passaram pelo cursinho pré-vestibular. É lamentável o consentimento do reitor da USP a respeito do despejo do cursinho. Talvez seja mais uma demonstração de um futuro próximo para a USP: a privatização." Wagner C. Ritzdorf (São Paulo, SP) Desfiliados "Seiscentos mil desfiliados no PT é 'no mínimo, questionável', como o ombudsman bem escreveu. Com um título exagerado, 'sensacionalista', todos são chamados a ler a reportagem ou a comprar o jornal. Foi exatamente por isso que a manchete da desfiliação virtual do PT apareceu na capa da Folha: maior saída nas bancas. Na minha opinião, caro Marcelo Leite, isso tem de ser tratado com rigor. O ombudsman pode economizar críticas quanto aos problemas gráficos da nova Folha, mas tem de ser incisivo nesses casos. Isso não pode acontecer. É chantagem. É sensacionalismo. É trapaça. Não é furo. Não é jornalismo. E, apesar de a Folha ser realmente o melhor jornal do país, tem de tomar muito cuidado. Isso parece mesmo perseguição ao PT." Luiz Fernando Pereira (Florianópolis, SC) * "No caso da refiliação do PT, o ombudsman diz, na edição de 10/3: '...a afirmação de que 600 mil pessoas deixaram em definitivo a condição de filiados é no mínimo questionável'. Algumas observações: 1) a menos que muito me engane, a reportagem original não disse que 600 mil filiados deixaram o PT 'em definitivo'. Ela é correta em dizer que, se o partido tinha 700 mil filiados, procedeu a uma refiliação, e só 100 mil se (re)filiaram, então o partido perdeu 600 mil filiados. 2) O que é questionável é a interpretação do PT. Realizar uma refiliação e considerar os não-refiliados como legalmente inscritos é um absurdo. Pessoalmente, não gosto da Folha. Mas acredito que, na tarefa de criticar a Folha, às vezes se pode ir longe demais e perder a objetividade." Eduardo Chaves (Campinas, SP) Futebol carioca "É com tristeza que eu e uma legião de exilados cariocas em São Paulo verificamos que não há o menor destaque para o futebol carioca. Futebol este que tem revelado tantos craques endeusados no futebol paulista, como Marcelinho Carioca, Djalminha, Edmundo. Notamos também que os últimos técnicos 'campeões paulistas' são cariocas e mineiros. Acrescentamos que a torcida do Flamengo, por exemplo, é a quinta maior torcida deste Estado. Então, onde está o campeonato carioca? Não estamos comparando os campeonatos. O campeonato paulista é o maior e mais importante do país. Mas nossos craques em muito contribuem para isso. Por favor, senhor ombudsman, dê-nos algo para ler! Dê-nos pelo menos os resultados e a colocação dos times no campeonato carioca!" Daniel Tambelini (São Paulo, SP) Direitos do trabalhador "Milhares de famílias são jogadas a todo instante na vala da desassistência, da fome, da miséria e desespero, vítimas dos acidentes, das mutilações e da irresponsável omissão e descaso das autoridades do Ministério do Trabalho. Como denunciante de irregularidades na fiscalização do trabalho, à qual pertenço, sofri agressões físicas e morais por lealdade à instituição sem que nenhuma providência tenha sido tomada. Lamentavelmente, hoje o Ministério do Trabalho é o inimigo nº 1 do trabalhador, que desgraçadamente fica à míngua de ver seus direitos respeitados." Ednel Malta, agente da Inspeção do Trabalho (Jundiaí, SP) Texto Anterior: Falta de autonomia Índice |
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