São Paulo, domingo, 24 de março de 1996 |
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FHC estimula redução do poder do PMDB
DA REDAÇÃO O governo Fernando Henrique Cardoso vem agravando a divisão do PMDB. Desde sua posse, a bancada do partido na Câmara diminuiu de 107 para 97 deputados.A redução só não foi maior porque algumas defecções foram compensadas pela adesão de parlamentares de outras legendas. FHC vem implantando uma política diferenciada em relação ao PMDB. Para obter a maioria no Congresso, cedeu dois ministérios aos peemedebistas gaúchos, que apoiaram sua candidatura, e uma secretaria ao PMDB da Paraíba, que se opunha a Orestes Quércia, defensor do rompimento do partido com o governo. Mas, ao mesmo tempo em que beneficiava alguns segmentos do partido, o governo desenvolveu uma política alternativa, que visava fortalecer o PSDB e o PFL com a transferência de deputados do PMDB para as duas legendas. Isso, porém, acabou enfraquecendo a ala governista do PMDB. Esse enfraquecimento foi o grande responsável pela eleição do deputado federal Paes de Andrade (CE) para a presidência do partido. Paes venceu, por 76 votos a 75, o deputado Alberto Goldman (SP), que tinha o apoio manifesto do Palácio do Planalto e da maioria dos governadores do PMDB. A vitória de Paes só foi possível graças à defecção de quatro deputados peemedebistas, que tinham migrado para outras legendas. O comportamento do PMDB no Congresso reflete essa divisão. Nas votações mais polêmicas, a proporção de dissidentes na bancada tem variado de 11% até 53%. A votação da emenda da Previdência confirmou essa instabilidade. Na primeira votação, 39,2% de seus deputados votaram contra o governo. Na segunda, após uma intensa distribuição de verbas e cargos públicos, a dissidência caiu para 15,5%. Texto Anterior: Lideranças já pensam em 98 Próximo Texto: Tucanos surgiram de dissidência peemedebista Índice |
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