São Paulo, domingo, 24 de março de 1996 |
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Os novos rivais de Freud
EM PARIS Se a instituição acadêmica necessitasse de um culpado para o que acredita ser "a banalização" do pensamento, certamente esse homem seria o professor e palestrante do Instituto de Estudos Políticos Marc Sautet.A figura de Sautet começou a explodir na mídia há quatro anos, quando fundou o "Cabinet de Philosophie en France" partindo de uma tese, no mínimo, curiosa: se as pessoas, quando sofrem uma angústia pessoal, procuram a psicanálise, o que fazer quando o que as aflige são os problemas do mundo? A resposta, para Sautet, parece clara. No fim do século a filosofia rivaliza com Freud. Ou até mesmo rouba o seu mercado. Iniciada em 92, no mesmo ano de uma informal reunião de amigos -segundo Sautet-, a filosofia no café começou de forma discreta no Café des Phares, na Bastille. Visto em seu início como mais uma excentricidade, em um lugar repleto delas que é Paris, com os anos foi se espalhando para outros cafés e fez de Sautet uma celebridade da cidade-luz. Para seus detratores o sucesso se deve menos a sua habilidade intelectual e mais aos seus olhos azuis. Seus temas mais célebres são: "A Violência e a Natureza" e "A Arte e o Efêmero". Em um típico domingo, pessoas chegam discretamente e se posicionam à espera de Sautet, que usará um microfone para falar com todos que aguardam o melhor momento para interrompê-lo e, assim, dar início a discussão socrática que tomará o café nas próximas horas. Onde: Café de Phares (place de la Bastille, 7); Café le Cluny (boulevard Saint-Michel, 20); Luxemburgo (boulevard Saint Michel, 54). O livro:"Un Café Pour Socrate" de Marc Sautet (ed. Robert Laffont, 1995) Texto Anterior: Os pós-modernos; A Nova Geração Próximo Texto: Urros no teatro de Lefort Índice |
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