São Paulo, domingo, 24 de março de 1996
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isto é Hollywood

MARISA ADÁN GIL

Dulce Damasceno conta como é viver o glamour do Oscar
Assistir de perto à cerimônia do Oscar, jantar com os premiados, conversar com os maiores nomes de Hollywood. Durante 15 anos, o ritual fez parte do dia-a-dia de Dulce Damasceno de Brito, 62.
Tiete assumida, ela aproveitava sua posição privilegiada -entre 1953 e 1968, foi correspondente dos jornais do grupo Diários Associados, da TV Tupi e da revista "Cruzeiro"- para chegar perto dos seus ídolos. "Sempre preferi entrevistar galã de cinema a diretor", diz.
O resultado está na parede do seu escritório em Indianápolis. São fotos da jornalista e escritora ao lado dos maiores astros dos anos 1950-60: Marilyn Monroe, Gregory Peck, Tony Curtis, Rock Hudson, Grace Kelly... Está também nas páginas de dois livros já publicados -os dois volumes de "Hollywood Nua e Crua"- e de um novo, a ser editado nos próximo meses: "Retratos de Hollywood". (Dulce prepara ainda uma biografia de Carmem Miranda.)
"Eu tive muita sorte", conta. Naqueles tempos, a jornalista assistia ao Oscar entre os indicados e fazia entrevistas exclusivas com os ganhadores. "Hoje em dia, os jornalistas ficam confinados a uma sala de imprensa e o máximo que conseguem é uma entrevista coletiva."
Dulce chegou em Los Angeles com 19 anos. Era a única repórter brasileira por lá. Com 20, assistiu ao primeiro Oscar. Estava sentada atrás de Charlton Heston quando ele se levantou para receber o prêmio por "Ben-Hur", em 1958. Ia diariamente aos sets de filmagem. Entre os que a receberam em casa, estão Kim Novak e Marilyn Monroe. Levou cantadas de Michael Curtiz (o diretor de "Casablanca") e teve um affair rápido com o ator William Holden. "Era uma época gloriosa".
"Coração Valente" (filme), Mel Gibson (diretor), Nicolas Cage (ator) e Susan Sarandon (atriz) são suas apostas para o Oscar desse ano. "Mas a Sharon Stone também pode ganhar. Eu achava que Ava Gardner era a mulher mais bonita do cinema, mas agora acho que é a Sharon."
Não arrisca um palpite para filme estrangeiro: não viu "O Quatrilho", nem os concorrentes. "Nas outras categorias, vale campanha, jabá, tudo. Mas, nessa categoria, só o que conta é a qualidade do filme."
Até hoje, recebe convite da Academia para ir à cerimônia. Desde 1964, ela recusa. "Não acho que o cinema tenha perdido o glamour, como dizem. Mas, se é para ver a festa num telão, prefiro assistir em casa."
M.Ad.

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