São Paulo, domingo, 24 de março de 1996
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Sarandon desbanca Stone?

Academia tenta restaurar brilho perdido no ano passado

DANIELA FALCÃO
DE NOVA YORK

Quando a atriz Whoopy Goldberg subir amanhã no palco do Shrine Auditorium, em Los Angeles, para apresentar o 68º Oscar, milhões de pessoas estarão grudadas na TV.
Ao contrário dos últimos, marcados pelas grandes produções ("Forrest Gump" e "Dança com Lobos"), tudo pode acontecer no Oscar 96.
Há dois motivos para a imprevisibilidade deste ano: o esforço da Academia de fugir da fama de votar em filmes corretos e a falta de brilho em 1995, que nivelou os concorrentes.
Surpresa e confusão começaram na lista dos indicados. Ninguém esperava que filmes engajados ou deprimentes como "Os Últimos Passos de um Homem" (de Tim Robbins) ou "Despedida em Las Vegas" (de Mike Figgis) fossem conquistar tantas indicações (quatro cada um).
Para mostrar que não é tão ufanista, a Academia indicou quatro longas rodados fora dos EUA para a categoria de melhor filme, já que só "Apollo 13" foi rodado no país. Um indício de que também haverá surpresas entre os vencedores.
A categoria mais disputada neste ano é a de melhor atriz. Três concorrentes são apontadas como prováveis vencedoras: Susan Sarandon, Sharon Stone e Elizabeth Shue.
Sarandon é a favorita para levar a estatueta. Dificilmente ganharia o prêmio há alguns anos, por causa de sua militância política.
Elizabeth Shue está em segundo lugar nas apostas. Também foge do gosto da Academia, que costuma deixar de lado personagens "amorais" (Shue interpreta uma prostituta em "Despedida em Las Vegas").
O prêmio para melhor filme está embaralhado. Ao contrário da categoria das atrizes, o motivo é a falta de brilho dos concorrentes. Como nenhum filme emplacou, há chances para o porquinho "Babe", uma indicação-surpresa. "Razão e Sensibilidade", antes favorito, hoje empolga poucos.
O ganhador mais provável é "Apollo 13". O filme foi excluído das outras três categorias mais importantes (melhor ator, diretor e atriz).
Nicolas Cage deverá ser eleito melhor ator, mas Anthony Hopkins tem chances -pesa contra ele o fracasso de bilheteria de "Nixon" e o fato de já ter levado o Oscar de melhor ator em 1992.
A Academia deve manter a tradição de escolher atores que ensaiam na arte da direção. O premiado pode ser Mel Gibson, que ainda não confirmou presença (ele acabou de sofrer cirurgia para remoção do apêndice).

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