São Paulo, terça-feira, 26 de março de 1996
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'É preciso evitar generalização'

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Procurado pela reportagem, o juiz Laurentino de Andrade Filocre afirma que o corporativismo "eventualmente" influencia as decisões dos juízes, mas que é preciso evitar "generalização".
Leia trechos da entrevista concedida à Folha, por telefone.
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Folha - O seu relatório diz que havia prejulgamentos e que isso deixava os juízes contrariados.
Laurentino de Andrade Filocre - Não estou generalizando. Não sei que abrangência eu dei a isso na ocasião. Provavelmente me referia a alguns casos. Houve dois casos aqui que nos criaram dificuldades. O caso de um tenente em que houve interferência, na ocasião, do comandante geral (da PM), e outro em que houve reação da Justiça. O comandante geral esteve aqui, houve esse clima de discórdia. Houve também problemas com um capitão, o capitão Mata.
Folha - Um capitão?
Filocre - Quatro policiais espancaram um cidadão até a morte, com 75% de equimoses no corpo. Esse capitão foi condenado. Naquele momento havia uma certa intervenção contrária, mas o tribunal reagiu.
Folha - De que forma houve interferência?
Filocre - Na ocasião, sentiu-se que havia disposição de proteção a esses praças. O tribunal reagiu e eles foram excluídos (expulsos). Então, eventualmente existe (corporativismo). Mas daí a dizer que a Justiça Militar é parcial, isso não é verdade.

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