São Paulo, terça-feira, 26 de março de 1996
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Gasolina e álcool terão alta de 10%

HELCIO ZOLINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo deve anunciar nos próximos dias a liberação dos preços dos combustíveis. De imediato, o álcool e gasolina devem ter reajuste de 10%, em média, no preço ao consumidor.
A informação foi dada pela ministra Dorothea Werneck (Indústria, Comércio e Turismo). Ela não quis dizer a data exata do reajuste. "Deve ser anunciado proximamente", limitou-se a afirmar.
Segundo Dorothea, dessa vez os Estados das regiões Norte e Centro-Oeste não serão atingidos. Ela não explicou o porquê.
Mas, de acordo com Dorothea, a idéia do governo é estabelecer um programa de liberação de preços "gradual" até 1997. "Vamos fazer em etapas e liberar tudo até o ano que vem", disse.
A ministra disse também que a lei que criou o Real permite que se faça uma revisão de preços e tarifas públicas antes do período de 12 meses, por iniciativa do Executivo.
O reajuste de preço faz parte do conjunto de medidas que visam retomar o Proálcool (Programa Nacional do Álcool).
Dorothea disse que o aumento médio a ser anunciado é resultado da "melhor remuneração" que será dada para usineiros e, principalmente, para produtores de cana.
Segundo ela, o preço para as usinas serão reajustados em 12% e para produtores de cana, em 17%.
Estímulos
Além do aumento, o setor poderá contar também com outros estímulos, como linhas de financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a disposição do BB (Banco do Brasil) em refinanciar, caso a caso, as dívidas dos usineiros.
Ela negou que o refinanciamento criará despesas para o Tesouro.
Dorothea disse que os recursos que o BNDES colocará à disposição não têm limite fixado e que servirão basicamente para as empresas se modernizarem e para os plantadores refazerem suas lavouras.
Segundo Dorothea, das 346 usinas e destilarias existentes no país, 66 vão "muito bem", 40 já fecharam e outras 40 encontram-se na "UTI", sem chance de sobreviver.
"As que sobrarem -e espero que seja a grande maioria, umas 250-, vão ter que fazer um bruta trabalho de reestruturação, de melhoria da eficiência e de ganhos de produtividade. Elas vão ter que produzir o mesmo volume que as 346 produziam", disse.
Segundo Dorothea, o governo quer recuperar toda a rede de pesquisas do setor, que foi "pulverizada" nos últimos anos.
Outra idéia é buscar o aproveitamento dos subprodutos da cana, que podem gerar receitas adicionais para o setor.

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