São Paulo, terça-feira, 26 de março de 1996
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Projeto estimula o contrato temporário

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo encaminhará nesta semana ao Congresso o projeto de lei que amplia a utilização do contrato temporário de trabalho com o objetivo de elevar o nível de emprego.
A informação foi dada ontem, em São Paulo, pelo ministro do Trabalho, Paulo Paiva.
O projeto proporá mais duas mudanças na legislação trabalhista: 1) o ajuste anual, e não semanal, da jornada de trabalho e 2) a contratação de horas extras conforme critérios estabelecidos em acordo ou convenção coletiva.
O governo acredita que esse modelo reduzirá o uso de horas extras e estimulará novas contratações. Isso porque as horas extras não seriam mais definidas entre empresa e trabalhador, individualmente.
Peso
O projeto como um todo amplia consideravelmente o peso dos acordos e convenções coletivas nas relações trabalhistas. Esses "contratos" estabelecem condições de trabalho por período determinado para empresas ou categorias.
O contrato temporário deverá ser inferior a dois anos. Sua utilização não poderá ultrapassar 20% do total de trabalhadores da empresa.
Segundo Paiva, o ajuste anual da jornada de trabalho dará maior flexibilidade às relações de emprego. O novo modelo permitiria que um empregado trabalhasse mais em uma semana e menos na outra, desde que o total não ultrapassasse dez horas diárias.
Iniciativa insuficiente
O projeto deve ir ao Congresso na quinta-feira. Para Paiva, a iniciativa não é suficiente para ampliar o nível de emprego.
Segundo ele, também são necessários a estabilidade e o crescimento da economia, programas de geração de empregos, iniciativas na área de formação profissional e esforços para reduzir custos.

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