São Paulo, terça-feira, 26 de março de 1996
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Governo quer mais verba do BID

Serra espera US$ 6 bi do banco

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

O governo brasileiro está pleiteando ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e ao Banco Mundial (Bird), um aumento nas quantias desembolsadas periodicamente do total de empréstimos anunciados ao país.
A expectativa do Ministério do Planejamento é que o país receba US$ 6 bilhões em empréstimos aprovados do BID entre 1996 e 1998.
Somente para este ano, estão sendo preparados projetos que somam US$ 2,7 bilhões. A expectativa é receber, até dezembro, cada centavo dos US$ 2 bilhões prometidos para 1996 ao país.
"Hoje, o que pagamos de amortização é mais que a quantia que ingressa anualmente dessas instituições para financiar projetos", afirmou o ministro do Planejamento, José Serra.
"Interessa-nos manter um fluxo anual positivo com os dois organismos", completou ele, logo depois da cerimônia de abertura oficial da assembléia de governadores do BID.
No ano passado, caiu para US$ 91 milhões. Isso significa uma queda de 70,0% em relação a 1991.
Banco Mundial
Com relação ao Banco Mundial, a transferência líquida foi de US$ 1,3 bilhão entre 1992 e 1994. Mas baixou para US$ 980 milhões no ano passado (-24,6%).
A questão é que essas instituições anunciam empréstimos para um período, mas muitas vezes tardam a efetivá-los. Em dezembro, havia 64 projetos brasileiros financiados pelo Banco Mundial por um total de US$ 7 bilhões. O ano virou e ainda faltavam chegar ao Brasil US$ 3,8 bilhões.
Serra discutiu com a diretoria dessas instituições, ontem à noite em Buenos Aires, o aumento de desembolsos para o Brasil e também condições mais favoráveis de contrapartida (um percentual do empréstimo que o beneficiado tem que completar).
Segundo o ministro, vários empréstimos a projetos brasileiros foram inviabilizados por falta de condições dos beneficiários oferecerem a contrapartida.
Privatizações
Serra também se reuniu ontem com diretores do BID, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da CEF (Caixa Econômica Federal) e da Secretaria de Política Urbana.
A idéia é a de conseguir captar parte dos 5% dos recursos do BID destinados ao setor privado para financiar empresas interessadas em adquirir estatais das áreas de saneamento e energia elétrica do Brasil.
Serra encaminhou pedido ao presidente do BID, Enrique Iglesias, para que o Brasil seja a sede da assembléia anual de governadores do ano 2000.

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