São Paulo, terça-feira, 26 de março de 1996 |
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'Schumacher' opera máquina paciente Empilhadeiras agitam dia em Interlagos MAURO TAGLIAFERRI
Schumacher é loira, tem 24 anos, olhos azuis, mora em Guarulhos e é o novo apelido de Adriana Costa, operadora de empilhadeiras da Movicarga, empresa que transporta a parafernália da F-1 no circuito. O apelido, dado por seguranças do autódromo, tem duas origens. Primeira, os traços "germânicos" de Costa. Segunda, a velocidade da moça no manejo do veículo. "Ela é bem rápida", comentou Andrew Melletin, que coordenava a montagem dos boxes da Jordan. Melletin disse que mulheres trabalhando no transporte de equipamentos não é muito comum na F-1. "Acho que no Canadá elas também participam desse serviço, mas não tenho muita certeza", afirmou. A iniciativa de se trabalhar com mulheres surgiu há quatro anos, segundo o dono da Movicarga, Alberto Yazbek. "Elas são mais eficientes que os homens porque reagem mais positivamente às ordens, são mais pacientes", disse ele. E haja paciência. "Cai fora! Vai embora você! Vira a bunda (da empilhadeira) para cá", é o tom dos mandamentos de Yazbek. "Tem uns machões que querem pegar a empilhadeira, acham que podem fazer melhor que a gente", contou "Schumacher". "Mas a maioria nos trata bem", disse ela. Para Melletin, a única dificuldade para se trabalhar com as mulheres é o fato de elas não falarem inglês. "Não dá para ser muito educado se só nos expressamos acenando e apontando. Fora isso, é ótimo, pois elas dirigem gentilmente." Talvez por causa da barreira da língua, Adriana Costa disse que não recebeu nenhuma "cantada". E promete não dar chance. "Os gringos acham que tudo é festa. Aqui seria o último lugar para se arrumar algo sério", afirmou. Alguém, no entanto, chamou a atenção dela. "Queria conhecer o filho daquele piloto que morreu. Ele me pareceu muito simples", disse, referindo-se a Jacques Villeneuve. Texto Anterior: Report tenta se reerguer para a final Próximo Texto: Hortência 'sente o peso' na quadra Índice |
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