São Paulo, quarta-feira, 27 de março de 1996
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Excel fez operação suspeita, diz Suplicy

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) afirmou ontem que o banco Excel é suspeito de manter "caixa dois" e de não ter pago US$ 9 milhões à empresa Química Industrial Paulista S/A.
Em nota que distribuiu, Suplicy diz que as operações envolvem, além do "caixa dois", desvio de recursos, sonegação fiscal, gestão temerária e apropriação indevida de recursos alheios.
O Excel propôs à empresa, em novembro de 1993, que pagasse a terceiros sete empréstimos que havia tomado no banco, segundo o advogado da Química Industrial Paulista, Alexandre Thiollier Filho.
Em troca, o Excel aumentaria o limite de crédito da empresa. Cada operação se compunha de um contrato regular e outro ilegal, segundo Suplicy. No primeiro contrato, era pago o principal dos empréstimos ao Excel. No segundo (juros e encargos), o pagamento era feito em nome de terceiros.
Venda
Segundo Suplicy, em uma operação de "lease back" (venda com opção de recompra), a empresa teria vendido terrenos e propriedades ao banco Safra por US$ 1,4 milhão, em 8 de junho de 1994. O contrato foi repassado ao Excel.
Ao renegociar o contrato com a Química Industrial, o banco teria aumentado o valor da operação para US$ 9 milhões. Os donos da empresa alegam nunca ter recebido a diferença (US$ 7,6 milhões), o que os teria levado à falência.
A estas denúncias soma-se um processo administrativo no BC (Banco Central), que investiga remessas irregulares de dólares ao exterior pelo Excel em 90 e 91.
A Química Industrial entrou com pedidos de abertura de inquérito administrativo contra o Excel no BC, na Polícia Civil e na Procuradoria Geral da República.

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