São Paulo, quarta-feira, 27 de março de 1996 |
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Juros voltam a cair no mercado futuro
JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
Esse foi o cenário de ontem do mercado financeiro. Foi um dia nervoso nas Bolsas. A paulista fechou em queda de 0,99%. As ações do Banco do Brasil continuaram procurando o seu fundo do poço. Saiu outra CPI dos Bancos, desta vez na Câmara. A notícia chacoalhou o mercado até que os operadores soubessem que o pedido vai entrar na fila. Depois foi a vez de novas denúncias do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) colocar em xeque a venda do Econômico para o Excel Banco, que distribuiu nota desmentido as denúncias. Nervosismo na Bolsa, otimismo nos juros -apesar do reajuste quase certo nos preços dos combustíveis. O mercado continua olhando o comportamento dos preços com satisfação. Hoje a Fipe, circulou no mercado, divulga uma inflação abaixo de 0,4%. O que pode preocupar é que a queda dos juros pode nada tem a ver com inflação ou com nível de atividade, mas com mudanças esperadas na política monetária (controle da quantidade de dinheiro em circulação). O objetivo do governo seria forçar os bancos a emprestar recursos a outros bancos. Para fazer isso, comentou-se, o BC puniria (sem pagar juros), as instituições que sempre guardam o caixa para só ser repassado tendo como garantia títulos públicos, de preferência federais. Nada, porém, faz alguém emprestar dinheiro a quem não deseja. E nenhuma instituição parece estar disposta a rever sua política de concessão de crédito. Logo, avaliam os analistas, o esperado empurrão do governo terá uma resposta: os bancos, desejando captar menos dinheiro, vão baixar os juros pagos nos seus CDBs. Desta maneira se constrói um cenário muito perigoso. O juro na ponta do crédito fica onde está -asfixiando as empresas devedoras. Mas, na ponta das aplicações, as taxas recuam. A queda do juro dos CDBs complica ainda a rentabilidade da poupança. Texto Anterior: Lucro do Pão de Açúcar aumenta 148% Próximo Texto: Colgate quer investir US$ 300 mi no país Índice |
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