São Paulo, quarta-feira, 27 de março de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Engajamento prevalece
AMIR LABAKI
A vitória do holandês "A Excêntrica Família de Antônia" sobre "O Quatrilho" confirmou a regra. Foi um triunfo da militância feminista da cineasta Marleen Gorris. Seu melodrama sobre quatro gerações de mulheres no pós-guerra tem feitura improvisada e evolução previsível. É irrelevante. Bater "O Quatrilho", novelão escorado só por valores de produção e duas grandes atrizes (Glória Pires e Patrícia Pillar), não foi nada. Duro é vê-lo vencer um mestre como Bo Widerberg ("All Things Fair"), uma das poucas admirações reconhecidas de Bergman. Não que surpreenda. Segue a lógica do ano: o primado da política sobre a estética. A fraca lista de indicados já rezava por esta cartilha. Filmes formal e tematicamente mais ousados foram esnobados, da completa omissão à lembrança marginal ("Cassino"). O engajamento não temeu a redundância. Dois filmes ligados à perseguição judaica sob o nazismo venceram nas categorias de documentário de curta e longa. Àqueles que cobram coerência em suas escolhas, a Academia respondeu em alto estilo. Raras vezes explicitou tanto suas limitações. Texto Anterior: Os Oscar que não foram entregues Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |