São Paulo, quarta-feira, 27 de março de 1996
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UE confirma o veto à carne britânica

IGOR GIELOW
DE LONDRES

O Reino Unido fracassou ontem na sua tentativa de evitar a proibição mundial da carne bovina produzida no país, por medo de contaminação pela "doença da vaca louca" -que degenera o sistema nervoso dos animais até a morte.
A UE (União Européia) confirmou o veto à importação de gado, carne e seus derivados, sêmen e embriões bovinos britânicos.
O embargo havia sido anunciado anteontem, mas o premiê britânico, John Major, pediu à Comissão Européia que reconsiderasse e ouvisse novos argumentos.
Ontem, a principal autoridade médica do Reino Unido, sir Kenneth Calman, foi a Bruxelas (sede da comissão) para tentar provar a segurança da carne de seu país.
Ele não apresentou dados novos para convencer a comissão e voltou derrotado. À tarde, o governo da Irlanda colocou barreiras nas estradas para evitar o contrabando de gado da Irlanda do Norte, que é parte do Reino Unido.
Matança
O veto é mundial, porque o Reino Unido exporta seus US$ 830 milhões em carne por ano sob as regras e leis da União Européia.
O motivo do veto é o medo da contaminação pela "doença da vaca louca". A companhia aérea britânica British Airways proibiu a carne do país em seus vôos.
Na semana passada, o Reino Unido admitiu que pode haver relação entre a doença e sua similar humana, a doença de Creutzfeldt-Jakob, pelo consumo de carne infectada.
Ontem, a União Nacional dos Fazendeiros propôs que as vacas com mais de 30 meses (em tese, mais sujeitas à contaminação) em matadouros sejam sacrificadas. O custo seria de US$ 1 bilhão e atingiria 15 mil vacas por semana. O país tem 11 milhões de cabeças de gado.

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