São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Hill conquista segunda vitória do ano

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Com uma atuação impecável, Damon Hill ignorou os adversários e venceu o GP Brasil de F-1, ontem em Interlagos.
O resultado óbvio -o piloto da Williams era o favorito- não tirou a emoção da prova.
A disputa do segundo lugar, que promete ser a tônica do campeonato em 96, fez jus ao caráter histórico da corrida, que festejava sua 25ª edição.
Desde o início da prova, Jacques Villeneuve, Jean Alesi, Rubens Barrichello e Michael Schumacher disputaram os lugares restantes do pódio.
Para completar, uma forte chuva repentina, que começou pouco antes da formação do grid de largada, alterou radicalmente o cenário da disputa.
O diretor da prova, Carlos Roberto Montanher, chegou a considerar atrasar a largada, mas recuou ao receber boletim do aeroporto de Congonhas, prevendo que o temporal não seria longo.
Na largada, Villeneuve superou Barrichello e o pole Hill. Mas levou o troco do companheiro de Williams no final da curva do S.
A disputa atrás não era menor: Alesi, quinto no grid, superou o brasileiro e Michael Schumacher.
Com o privilégio da visão, Hill completou a segunda volta seis segundos à frente de Villeneuve: líder, era o único que não recebia o spray formado pela passagem dos carros dos adversários.
As voltas subsequentes deliciaram o público de mais de 50 mil pessoas (estimado pelos organizadores), já que as tentativas e ultrapassagens foram frequentes.
Com mais rendimento nas retas, em três oportunidades Barrichello superou Alesi após os boxes.
Nas três, também, o francês se recuperou logo depois, antes do final da curva S do Senna.
Pista seca
Como confiaram os comissários, a chuva arrefeceu. E a corrida ganhou uma nova alternativa, a opção dos pneus lisos.
Schumacher foi o primeiro a parar nos boxes. Mas manteve os pneus de chuva.
Uma volta depois, a 25ª, o brasileiro Ricardo Rosset bateu sozinho no guard-rail da subida dos boxes.
Saiu ileso, mas o carro ficou parado em ponto muito perigoso.
Só a interrupção da prova resolveria o problema -o trecho não permite instalação de um guindaste, problema crônico da pista.
Destacado pelas bandeiras amarelas, porém, logo o obstáculo foi assimilado pelos pilotos.
Pouco depois, Villeneuve, em segundo, acossado por Alesi, errou e teve que abandonar.
Na metade da corrida, a loteria dos pneus se intensificou. E quem levou o maior prêmio foi exatamente o líder Hill.
O piloto inglês retardou por três vezes sua única parada e, quando entrou, optou pelos lisos.
A opção virou tendência, e Barrichello, que havia pouco tinha feito a sua, teve que parar novamente, voltando dez segundos atrás de Schumacher, o terceiro.
O Jordan do brasileiro rendia mais e, em dez voltas, alcançou a Ferrari do alemão. O público, mais uma vez, se empolgou.
O alemão, porém, dominou a situação, alterando trajetórias e pontos de freada. Na 60ª volta, Barrichello rodou. A festa acabava.

LEIA MAIS sobre o GP às págs. 3 a 6

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