São Paulo, segunda-feira, 1 de abril de 1996
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Hotel inspirou livro de Agatha Christie

ARTHUR NESTROVSKI
DO ENVIADO ESPECIAL

A melhor maneira de chegar a Istambul seria, naturalmente, de trem. Mas o Expresso Oriente está interditado desde o início dos conflitos na Bósnia. Mesmo assim, ainda é possível vislumbrar alguma coisa do luxo de outros tempos, a começar pela estação central.
Melhor ainda é visitar o Pera Palas, hotel fundado em 1892, onde se hospedaram Mustafá Kemal Ataturk, Greta Garbo, Mata Hari, Sarah Bernhardt e Agatha Christie.
Foi ali, no quarto 411, que esta última escreveu boa parte do "Assassinato no Expresso Oriente".
Não é mais um hotel onde se hospedar. Mas o saguão e a grande sala no térreo são visitas obrigatórias, assim como o "Orient Bar", onde é possível beber alguma coisa num ambiente que nem a decadência seria capaz de estragar.
"Raki"
A aguardente mais comum da Turquia é o "raki" (este "i" não tem ponto e é pronunciado como "ã"). Semelhante ao anis, de cor esbranquiçada e textura aveludada, o raki é licor forte com 40% de álcool. É bebido alternado com goles de água e misturado na boca.
Mas como pode beber um muçulmano? Não está escrito no Alcorão que o homem digno de Deus "não bebe uma gota de álcool"? Pois muito bem: molha-se a ponta do dedo no raki, pinga-se uma gota fora -e bebe-se o resto.
(AN)

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