São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996
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Acordo define a venda do Banco Econômico ao Excel

Detalhes da operação serão anunciados na próxima semana

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

O BC (Banco Central) e o Excel Banco anunciaram no início da noite de ontem, em São Paulo, acordo pelo qual o espólio do Econômico passa às mãos do Excel.
As agências do Banco Econômico, que está sob intervenção desde agosto do ano passado, reabrirão para funcionamento normal a partir do próximo dia 29.
O assessor do Excel Mauro Lopes informou que os detalhes do acordo só serão divulgados na próxima semana. Antes disso, será feita a formalização jurídica do acordo e um comunicado oficial ao Senado.
O texto do comunicado informa que o Excel Banco assumirá o passivo do Econômico junto ao público (depósitos, poupança e aplicações) e a credores externos e ativos em valor equivalente.
Os sócios do Excel no negócio são fundos de pensão e o banco suíço Union Bancaire Privée.
Negociação
A diretoria do BC e os principais executivos do Excel Banco estiveram reunidos, durante todo o dia de ontem, na sede do Banco Central em São Paulo.
O presidente do BC, Gustavo Loyola, chegou às 9h para a reunião. Ezequiel Nasser, presidente do Excel, participou das discussões na parte da manhã.
À tarde, permaneceram os vice-presidentes do Excel Gilberto Nobre e João Rabelo e uma equipe de negociadores do banco.
Reunidos no 18º andar, os representantes do Excel analisaram a minuta de um contrato preparada pelo Banco Central.
Depois de distribuído o comunicado, às 19h15, a reunião entre os negociadores continuou.
Investigações
A crise do Econômico foi detonada no dia 11 de agosto do ano passado, quando o BC decretou intervenção no banco.
O BC já enviou ao Ministério Público Federal 182 denúncias-crime contra o Econômico.
As supostas irregularidades, que somam prejuízo de aproximadamente R$ 500 milhões, são caracterizadas pela Lei do Colarinho Branco.
O BC também poderá apresentar uma denúncia-crime ao Ministério Público contra o ex-controlador do Econômico, Ângelo Calmon de Sá, com base na mesma lei.
Calmon de Sá teria assinado, em 95, balanço maquiado do banco, segundo a Comissão de Inquérito do BC que investigou as contas do Banco Econômico.

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