São Paulo, quinta-feira, 4 de abril de 1996
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Teatros tradicionais de SP fecham as suas portas

ELVIS CESAR BONASSA
DA REPORTAGEM LOCAL

No último ano, pelo menos cinco teatros foram fechados em São Paulo. Outros dois (o Teatro Paulista, antigo Mambembe, e o Teatro Ruth Escobar) correm o risco de baixarem definitivamente suas portas nas próximas semanas.
Entre os já fechados, estão os tradicionais Záccaro e Auditório Augusta, além do Bela Vista, do Paramount e do Núcleo das Artes.
O Teatro Paulista aluga um imóvel na rua do Paraíso, 494. Há um ano e meio, o prédio foi comprado pelo vizinho Hospital Santa Joana. No vencimento do contrato, em dezembro, o novo proprietário pediu o espaço de volta.
"Eles querem fazer um estacionamento, embora oficialmente falem em ampliar o hospital", diz Isabel Scici, uma das donas do teatro. Isabel conta que sublocou o prédio do grupo Mambembe em 1993 e fez uma reforma completa, com verbas de patrocínio. Gastou cerca de R$ 300 mil.
Segundo Scici, o hospital oferece indenização de apenas R$ 10 mil. Ela quer no mínimo o suficiente para abrir o teatro em outro local.
O diretor Eduardo Amaro diz que o espaço será usado para ampliação do hospital. "Vamos fazer um centro de diagnóstico, com tomografia computadorizada."
Sobre a indenização, comenta: "Eles pediram R$ 150 mil. É muito dinheiro." Ele diz que a ação de despejo está na Justiça, "que infelizmente é muito morosa".
O caso do Ruth Escobar é diferente. A atriz e produtora Ruth Escobar comprou o terreno em 1960, na rua dos Ingleses, 209, e construiu o imóvel. Agora, afirma que não tem mais condições de mantê-lo, por causa do altos custos.
"Vendo para o primeiro que aparecer", diz Ruth. Às vésperas de completar 61 anos, ela afirma desejar segurança financeira e mais tranquilidade.
Está sendo tentada a opção de passar o teatro para a Apetesp (Associação dos Produtores de Espetáculos Teatr

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