São Paulo, sexta-feira, 5 de abril de 1996 |
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Salomé mostra telas inéditas no Brasil
BARBARA GANCIA
As telas, de 3 por 10 metros cada, foram executadas no museu particular da casa de Kim Esteve na Chácara Flora e serão exibidas para os convidados do colecionador a partir de 4 de outubro próximo, dia da inauguração da Bienal Internacional de São Paulo. "Estou exausto", diz Salomé. "Foram duas semanas de trabalho ininterrupto, um exercício mental e físico extenuante". A série do lago de ninféias, uma pequena flor pouco comum no Brasil, é o ponto alto de um trabalho que o artista realiza desde a exposição "Zeitgeist 1982", em Berlim. À época, Salomé expôs suas ninféias ao lado de um trabalho de Joseph Beuys, um dos artistas mais importantes do pós-guerra. Desde então, suas "water-lilies" foram executadas em desenhos, pratos de porcelana e até em telas do tamanho de caixas de fósforos. E estão espalhadas pelos quatro cantos do mundo. O Ministério do Interior da Alemanha e a sede do Deutsche Bank em Berlim possuem quadros da série e outros foram adquiridos por museus do Japão e de Nova York. São Paulo também irá ganhar a sua. Como prova de gratidão, Salomé pretende doar a algum museu da cidade um dos quadros pintados no Brasil. "Há um ano encontrei Kim Esteve em Berlim e ele ofereceu seu espaço para que eu realizasse um trabalho de grandes proporções", explica o artista. "Aceitei na hora, pois não é fácil encontrar um lugar que abrigue quatro telas desse tamanho." Salomé, que integrou o grupo neo-expressionista alemão no início dos anos 80, exibe uma das telas "made in Brazil" com exclusividade para a Folha: "As outras três vamos guardar como surpresa até a Bienal", diz. "Mostrar a tela 'Inverno' em primeira mão é só um jeito de agradecer ao Brasil e a todos os que me ajudaram a realizar este trabalho." Ora, por nada. Texto Anterior: Do desvio Próximo Texto: Ministro da Cultura elogia Paulo Coelho Índice |
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