São Paulo, sábado, 6 de abril de 1996
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Dinheiro extra já tem destino

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os especialistas consultados pela Folha estimam que o dinheiro extra injetado na economia pelo reajuste do salário mínimo -que vigora em maio e começa a ser pago em junho- terá três destinos básicos: o consumo de alimentos básicos, a compra de eletrodomésticos portáteis e o pagamentos de carnês em atraso.
Isso se o reajuste for mesmo em torno dos 10% estimados. "Porcentagens ao redor de 10% correspodem à previsão de inflação para os próximos 12 meses", afirma Mailson.
Os setores favorecidos com este reajuste já trabalham com planos para canalizar suas vendas para camadas de menor poder aquisitivo um pouco mais capitalizadas.
Reversão
Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), afirma que a tendência de queda nas vendas do setor só deve se reverter quando o novo salário mínimo chegar às mãos dos trabalhadores.
"Já falta fôlego ao consumidor. Com menos dinheiro, as pessoas já estão voltando a se concentrar nos alimentos básicos, com menos supérfluos", afirma o vice-presidente da Apas.
Pré-datado
Para ele, já no mês que vem, diversos supermercados vão incentivar suas campanhas de cheques pré-datados para tentar alavancar vendas, que seriam feitas após o aumento do mínimo -embora não seja comum o uso de cheques por quem ganha salário mínimo.
Na área de eletrodomésticos, também é esperada um novo acréscimo nas vendas.
Édson Aparecido Alves dos Santos, gerente de treinamento e vendas da rede Lojas Cem, diz que a previsão é de vendas 10% maiores após o reajuste.
"O prazo maior, de até 18 meses, e os juros menores já estão impulsionando as vendas, mas o mínimo com reajuste deve trazer um novo aumento de 10% nas vendas", afirma Santos.
(SB)

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