São Paulo, sábado, 6 de abril de 1996
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Pelo menos 70 mil devem fazer novo teste de Aids

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Mais de 20 mil britânicos e 50 mil holandeses deverão repetir testes de Aids. Anteontem o laboratório Abbott disse ter suspendido, no dia 25 de março, a venda mundial de um de seus kits para detecção de anticorpos contra o vírus da Aids em amostras de sangue após ter havido pelo menos quatro casos de "falsos negativos".
Os casos aconteceram na França, Reino Unido e Espanha. O virologista sueco Joan Blomberg disse que o problema foi descoberto por acaso, quando uma amostra de sangue foi submetida a testes mais sofisticados. Cerca de 2 milhões de kits já foram vendidos em todo o mundo, inclusive para o Brasil.
Autoridades médicas suecas e dinamarquesas já haviam alertado que o teste não era preciso.
"O que há de errado com o teste é que ele pode dar negativo quando há grande quantidade de anticorpos no sangue. O teste pode mostrar que o sangue está livre do HIV", disse Erik Nordenfelt, da Unidade de Prevenção de Doenças Infecciosas Sueca.
O Departamento de Saúde britânico disse que uma "pequena proporção" de pessoas que estavam infectadas foi afetada pelo teste. O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido usa o teste, chamado IMx HIV-1/HIV-2 Terceira Geração, há seis meses.
Autoridades médicas dinamarquesas pediram aos hospitais que parem de usar o teste.
Cerca de 650 mil dos 2 milhões de testes foram vendidos na Alemanha. Foram recomendados novos testes. No Brasil, menos de 3% dos kits comercializados pela Abbott são do tipo sob suspeita.
A "terceira geração" à qual os kits defeituosos pertencem era considerada a mais precisa para detecção de anticorpos.

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