São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Sete novos pecados capitais

- apartheid social
É um dos maiores pecados dos nossos tempos, segundo Betinho. Ele separa os que possuem dos despossuídos. "No Brasil, 32 milhões de miseráveis, sem ter o que comer e onde viver, são as vítimas desse pecado."

- censura
Considerado falta grave por ferir o direito à liberdade de pensamento e de acesso a idéias. A censura impede a informação e o crescimento das pessoas. Para o interneteiro Rodrigo Siqueira, a rede mundial de computadores é hoje a maior vítima desse pecado

- cinismo
Pecado que viceja mais entre os políticos, segundo Betinho. "No discurso dizem uma coisa, na prática fazem outra. É um pecado contra a verdade. A verdade deixou de ser uma virtude para ser um produto negociável."

- conformismo
Trata-se de um dos maiores defeitos do nosso tempo, segundo Marco Segre, professor de ética médica. "Falta coragem para pensar e propor mudanças em todos os campos. O erro está em assumir bovinamente posturar e regras que vêm sendo passadas de geração em geração."

- corrupção
Outro pecado do universo político, segundo a juíza de futebol Maria Edilene de Siqueira. "As negociatas são um grande mal para toda a nação." Para o frei Carlos Josefá de Oliveira, "estruturas corrompidas são formas especiais de pecado que devem ser denunciadas"

- discriminação
É o pecado de julgar e tratar as outras pessoas em função dos preconceitos. "É dar preferência ao branco homem em detrimento da mulher e negra que procura trabalho", diz a pesquisadora e militante Maria Aparecida Silva Bento

- irresponsabilidade
É o principal pecado capital dos nossos dias, segundo o frei Carlos Josaphat de Oliveira. "A irresponsabilidade na política, na economia, na mídia, na direção da família, vai ser uma fonte de perversão e corrupção." Como os vícios capitais, a irresponsabilidade leva a outros pecados

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