São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Mercado de usados vive estagnação em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de imóveis usados atravessa um momento de pequena atividade em São Paulo desde o início do ano.
Em fevereiro, o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis (Creci-SP) consultou 350 imobiliárias da capital paulista e constatou que elas venderam um total de apenas 196 imóveis usados no mês.
Esse número corresponde a 0,22% do total de imóveis ofertados pelas empresas -88.392.
Segundo o presidente do Creci-SP, Roberto Capuano, o fraco desempenho se deve, sobretudo, à falta de financiamentos para a compra de imóveis usados.
"Os raros financiamentos existentes são para os novos. Com isso, só quem pode pagar à vista pode comprar um usado", diz ele.
A pesquisa mostrou que mais da metade dos negócios realizados em fevereiro ocorreram em bairros de classes alta e média alta.
A cidade foi dividida em cinco zonas de valor. As zonas B e C da pesquisa, que reúnem Pinheiros, Vila Madalena, Jabaquara, Ipiranga e outros bairros de classe média, registraram 113 vendas.
Já a zona A, que reúne, entre outros, Pacaembu, Perdizes, Higienópolis e Itaim, teve 37 negócios realizados no mês.
Aluguel
A pesquisa do Creci-SP também registrou algumas distorções na variação do aluguel na cidade.
Nos bairros de classe alta, foram observadas as maiores quedas. Nos de periferia, em geral, os valores de locação subiram.
O aluguel inicial de uma casa de dois quartos em uma bairro como Higienópolis ou Perdizes, por exemplo, caiu, em média, 28,33% em fevereiro.
Já o de um imóvel do mesmo tamanho em Ermelino Matarazzo ou Parelheiros, na periferia, subiu 33,87% no mesmo período.
Para Capuano, isso ocorre porque cresceu a demanda nas regiões menos nobres da cidade.
"Os salários estão achatados e as demissões, aumentando. Por isso, famílias de classe média estão tendo de se mudar para regiões de menor renda familiar".

Texto Anterior: Informática também terá destaque
Próximo Texto: Inundações levam preço para o brejo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.