São Paulo, domingo, 7 de abril de 1996
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Cinto é salva-vida em qualquer idade

SILVIA ANGERAMI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Idosos, gestantes e crianças são passageiros especiais. Transportá-los no carro exige cuidados extras -o cinto de segurança é imprescindível, sempre.
Moise Edmond Seid, diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), recomenda o uso do cinto para todas as idades e situações.
Desde que a lei da obrigatoriedade do uso do cinto foi instituída em São Paulo, em meados de 94, o número de vítimas de acidentes de trânsito caiu 11% na cidade.
Segundo dados da Faculdade de Saúde Pública da USP, a maior causa de mortes na faixa dos 5 aos 15 anos são os acidentes, especialmente de trânsito.
Por isso, Seid recomenda que as crianças sejam transportadas no banco traseiro, em assentos especiais. Há modelos importados projetados para levar de recém-nascidos a crianças de 8 anos.
Quebra-galhos perigosos
Ele não aconselha que a criança sente sobre almofadas ou listas telefônicas, pois o objeto pode escorregar numa freada brusca e provocar lesões graves.
Segundo o médico Carlos Alberto Eid, também da Abramet, as crianças nunca devem ficar de pé entre os bancos dianteiros e nem na frente, no colo.
O médico presenciou, há 22 anos, um acidente fatal com um bebê recém-nascido transportado no banco da frente, no colo da mãe, embora a batida entre os dois veículos tenha sido fraca.
A professora Inês Bertoncello da Silva, 31, no quarto mês de gravidez, leva suas filhas Natally, 3, e Gabrielle, 6, no banco de trás.
Mas confessa que as meninas não usam muito o cinto de segurança, principalmente a menor. Inês não usava cinto antes da lei. Agora se acostumou a ele e pretende continuar dirigindo seu Tipo até o final da gestação.
A gestante deve acomodar o cinto abaixo do abdome e usá-lo em todas as fases da gravidez, até o oitavo mês, recomenda Moise Seid. Depois disso, uma batida pode causar problemas -o melhor é evitar o carro. Se não for possível, deve ir atrás -afivelada.
Efeito elefante
Outro erro comum é permitir que os passageiros do banco de trás andem sem o cinto. Numa batida, o peso da pessoa é multiplicado pela velocidade do carro.
"Equivale a um elefante sentando sobre as costas do motorista", explica Carlos Alberto Eid. Ele não põe o carro em movimento até que todos os passageiros de trás estejam com os cintos.
O empresário José Domingues, 75, dirige até hoje e, depois da lei, passou a usar o cinto com regularidade. "Agora, toda a família -dois filhos e seis netos- usa."
Moise Seid adverte que também os idosos devem sempre usar o cinto no carro.

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