São Paulo, segunda-feira, 8 de abril de 1996 |
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Cultura entra na era da globalização televisiva
ESTHER HAMBURGER
A reunião vai tratar de televisão e cinema. Na Europa as emissoras financiam cinema de produção independente. No Brasil, com raras e recentes exceções, a televisão tem se mantido vergonhosamente distante da produção cinematográfica local. Não só não produz, como veicula poucos filmes nacionais. Desconhece toda uma produção feita aqui com recursos externos. As tímidas iniciativas de comercialização internacional dos programas da Cultura devem ser potencializadas. Co-produções também estão na agenda e podem ser uma alternativa para a paralisia financeira da emissora. A programação destinada aos telespectadores está centrada nas fases áureas da metrópole, mas traz informações, depoimentos e trechos de filmes significativos para a história do cinema mundial. "Cinema do Bairro dos Pêssegos" descreve o cinema mudo, produzido na pequena cidade de Montreuil nos arredores de Paris. Focaliza Georges Meliés, Charles Pathé e o grupo que formou a Albatroz. "A Nouvelle Vague por Ela Mesma" é uma produção das várias instituições da televisão pública francesa. O documentário contém depoimentos de cineastas como François Truffaut e Jean-Luc Godard. "Quem Ama a Vida Vai ao Cinema" foge do convencional ao tratar dos constrangimentos econômicos postos à criatividade cinematográfica ao longo dos anos e Traz a história da recepção ao mostrar a evolução das salas de exibição. A Cultura aposta na difícil combinação de qualidade e audiência. Além da exibição de bons programas estrangeiros, manter o nível na crise exige muita abertura para novas parcerias. Texto Anterior: Sai primeiro anuário de músicos brasileiros Próximo Texto: Schumacher revela a insanidade no mundo urbano Índice |
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