São Paulo, segunda-feira, 8 de abril de 1996
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Desafio; Lógica perfeita; Reajuste dos combustíveis; Senso humano; Pareja; Exemplo; Gesto humanitário; Comovente; Casamento vetado; Projeto gráfico; A parcela da sociedade

Desafio
"O senhor ministro da Administração, Bresser Pereira, vem espalhando por aí, e a mídia reproduz, que o funcionário público federal ao se aposentar passa a receber 20% a mais.
Sou funcionário público federal aposentado pelo IBGE em abril de 1993 e o meu salário não foi engordado com esse percentual que o ministro apregoa. Quando eu me aposentei passei a receber, no máximo, uns 8% a mais.
A propósito, lanço o seguinte repto ao senhor ministro: caso ele venha a provar que eu passei a receber 20% a mais, ele pode autorizar a minha repartição a suprimir esse percentual do meu salário. Caso contrário, isto é, ele não conseguindo provar, se comprometeria a ordenar à minha repartição a me pagar os 20% que ele apregoa."
João Machado Homem (Pouso Alegre, MG)

Lógica perfeita
"Enquanto o 'carrasco' sistema público de saúde assassina dezenas de pessoas em sessões de hemodiálise em Pernambuco, o presidente sociólogo abre o cofre do governo (nosso dinheiro) para prestar socorro aos 'pobres amigos' banqueiros e usineiros.
A lógica do sociólogo presidente é 'perfeita': toda a desgraça do povo brasileiro é nada ante a obrigação de salvar os 'sócios do poder'."
Mauricio Cardoso (Rio de Janeiro, RJ)

Reajuste dos combustíveis
"Em vez de ressuscitar a tabela, sugiro que o governo obrigue os postos a afixar com números grandes (no mínimo de 50 centímetros de altura) os preços dos combustíveis, permitindo que o próprio consumidor fiscalize os preços, escolhendo o melhor sem ter que entrar no posto nem sair do carro."
Alain Costilhes (São Paulo, SP)
*
"Parece que os Phd em economia estão precisando reciclar seus cursos de primeiro grau. É inconcebível que luminares do governo cometam erros de aritmética elementar."
Alberto Soukup (São Paulo, SP)

Senso humano
"O governo começa a entender a dramática situação financeira do povo brasileiro e começa a alinhar a casa, dando um fôlego aos individados em bancos, oferecendo um prazo de até 24 parcelas para seus débitos.
O presidente FHC demonstra seu senso humano de governar. Agora, os juros precisam baixar para poder tudo ficar alinhado."
Arlindo Lopes (Assis, SP)

Pareja
"Como faltam líderes neste país, parece que o Pareja preencheu bem tal papel."
Ubiratã Mello (Nova Granada, SP)
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"Agora que os srs. promotores, juízes, desembargadores tiveram o privilégio de conhecer Leonardo Pareja e reconheceram publicamente sua capacidade cognitiva, não seria inteligente e da responsabilidade de todos nós dar-lhe oportunidade de recuperação?
Com a sua capacidade e inteligência contribuiria significativamente com a sociedade, pois o episódio de Goiás nos mostrou que é o sistema que está falido, e que o homem é vítima do sistema, e que, portanto, ainda tem recuperação.
Isso nesse caso é inquestionável, pois o Leonardo Pareja, ao se entregar, demonstrou ter palavra, foi ético! E qual político neste país tem palavra, tem ética e honestidade? Poucos."
Roberto Crispim (Campinas, SP)

Exemplo
"Ao se iniciar uma rebelião de presos, os habituais defensores dos direitos humanos deveriam participar das negociações e, por uma questão de coerência e exemplo, até mesmo se oferecer como reféns no lugar de outros infelizes.
Afinal, esses defensores dos 'direitos humanos' só aparecem após o desenrolar dos fatos, geralmente quando a polícia, no entrevero, machuca ou até mesmo mata algum rebelado.
Exigir que o policial entre desarmado nos corredores escuros da penitenciária, que não reaja e que até em momento de grande tensão não exagere na 'punição' aos que lhe impuseram tanto risco é até piada. Dêem o exemplo primeiro."
Marcos J. Gonçalves (São Paulo, SP)

Gesto humanitário
"O antropólogo Marcio Silva, em artigo publicado na Folha em 1º/4, distorceu a realidade dos fatos.
O decreto 1.775 corrige injustiças cometidas por governos anteriores, que ampliaram reservas indígenas, esbulhando seus proprietários sem indenizá-los, sem o direito de se defender.
É justamente isto que o presidente Fernando Henrique Cardoso, num gesto de coragem e humanitário, pretende corrigir."
Suzana Cristina Cianfloni (Ribeirão Bonito, SP)

Comovente
"A pura beleza da crônica 'O sinal da cruz' (5/4), de Carlos Heitor Cony, comoveu-me até às lágrimas. Recortei e guardei no meu 'arquivo de coisas bonitas'.
Há muitos anos leio o que escreve na Folha e observo que cada vez mais o seu estilo se aperfeiçoa. Os dois últimos parágrafos são como pérolas. Por favor, siga com a sua arte."
João Luiz M.C. Azevedo, professor do Departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina -Universidade Federal de São Paulo (São Paulo, SP)

Casamento vetado
"Foi bastante entristecedor ler a respeito da proibição do bispo de Patos de Minas ao casamento religioso de Edir Antônio de Brito e Elzimar de Lourdes Serafim.
Pelo simples fato de Edir andar em cadeira de rodas e ser paraplégico o bispo já o rotulou de impotente sem nem ao menos uma prova médica. Isso se chama discriminação.
Mais chocante foi ler que d. Lucas Moreira Alves, presidente da CNBB, foi favorável a tal discriminação.
Gostaríamos de lembrar que cabe recurso na própria Igreja. Temos conhecimento de caso semelhante em que foi concedida uma licença especial do Papa para o casamento. Não desista."
Rui Bianchi do Nascimento, diretor-executivo do Cedipod -Centro de Documentação e Informação do Portador de Deficiência (São Paulo, SP)

Projeto gráfico
"A era da cor total está levando os leitores à loucura. Depois de não ter dado certo a implantação da cor total vocês continuam insistindo para que esse projeto dê certo.
Nós também estamos torcendo. Mas vocês deviam fazer esses testes com uma publicação interna e não com o jornal que chega aos leitores, pois está uma borração total.
Dica: na próxima edição de domingo, que tal vocês nos darem como brinde um óculos 3D (terceira dimensão)!?"
Silvio Tadeu C. Faria (São Bernardo do Campo, SP)

A parcela da sociedade
"Muito se fala sobre enchente, poluição e pouco se faz para a solução. Todos culpam o poder público, pois é óbvia sua responsabilidade.
A sociedade também tem sua parcela de culpa e deve mobilizar-se, começando pela coleta do lixo jogado na rua que entope bueiros, vai para os esgotos, desce para os córregos, rios e mares.
Está na hora de coibir essa prática, impondo sanções. Outra maneira de dirimir os traumas seria a plantação de árvores nas frentes dos imóveis.
Funcionariam como verdadeiras piscininhas, absorvendo as águas das cidades."
Wilson Inocencio Ferreira (São Paulo, SP)

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