São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996 |
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Criador faz aposta no peixe brasileiro
FELIPE MIURA
Somente com a venda de alevinos da pirarara (peixe originário da Amazônia), principal das oito espécies exportadas para Alemanha, Japão e EUA, a empresa, sediada em Campo Grande (MS), faturou U$ 450 mil no ano passado. "Mas o 'boom' da piscicultura nacional leva o Projeto Pacu a voltar-se para o mercado interno", afirma o gaúcho Jaime André Brum, seu diretor. Ele prevê crescimento este ano de 50% na produção de peixes na empresa. "A forte demanda por espécies ornamentais e pela carne de peixe devem motivar esse crescimento", afirma ele. O empresário aposta especialmente na piraputanga, produtora de carne, cujos alevinos foram lançados comercialmente este ano. "A piraputanga é um peixe ideal para a produção de carne em larga escala", explica ele. A espécie, originária do MS e MT e criada em maior quantidade no Pantanal, pesa entre um quilo e meio e dois quilos, em média. Segundo Brum, o crescimento da piraputanga é rápido e sua capacidade de conversão de alimentos no cativeiro é boa. Ele diz que, enquanto o frango consome dois quilos de ração para ganhar um quilo, a piraputanga pode chegar nesse peso consumindo cerca de um quilo e meio. O Projeto Pacu se dedica há seis anos ao desenvolvimento de novas espécies, produzindo atualmente alevinos de 14 peixes. São eles: pirarara, cachara, pintado, dourado, jurupoca, jurupensen, mandi, pacu, pacu-peva, piauçu, curimbatá e cascudo. Nos últimos três anos, a produção de alevinos tem crescido a uma taxa anual de 50%. A previsão para este ano é que sejam produzidos 2,9 milhões de alevinos. Além dessas espécies que já são reproduzidas, a empresa espera conseguir alevinos ainda este ano da matrinchã e da piracanjuba, espécies da mesma família da piraputanga. Para atingir as metas, a empresa conta com a Fazenda Santa Rosa, em Terenos (MS), dotada de 33 tanques. A área da fazenda é de 3,5 ha. Lá funcionam dois galpões de alevinos, com capacidade de 250 mil alevinos/mês. O Projeto Pacu dispõe ainda de outras fazendas de piscicultura em Terenos e Bandeirantes (MS), Barra do Garça (MT) e em Trindade (RR). Elas são usadas para a produção de larvas e alevinos, engorda de peixes e pesquisa. Em Cruzeiro do Sul (AC), Porto Velho (RO) e Teffé (AM), a empresa mantém centros para a captura e manutenção de matrizes de novas espécies amazônicas. Próximo Texto: Crescimento; Fatia maior; Desconfiança; Compra exagerada; Soja argentina; São Francisco; Trigo; Mais produção; Novidades; Prorrogação; Aftosa; Comércio de animais Índice |
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