São Paulo, quarta-feira, 10 de abril de 1996
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Guerrilha toma 600 reféns na Libéria

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Guerrilheiros da Libéria tomaram cerca de 600 pessoas como reféns e continuaram ontem com os combates com outros grupos étnicos do país em Monróvia, a capital.
Autoridades da força de paz multinacional no país disseram ontem à noite que fora atingido acordo para a libertação dos reféns e para a trégua. Até as 23h de ontem, ainda não havia acabado o sequestro.
Diplomatas e autoridades locais disseram que cerca de 40 libaneses, a maioria mulheres e crianças, e 20 soldados nigerianos de uma força de paz internacional estavam sendo mantidos nos antigos alojamentos do Exército do país, onde guerrilheiros estariam escondidos.
Segundo a agência "Reuter", cerca de 20 mil civis liberianos se refugiaram em um anexo da Embaixada dos EUA em Monróvia, e 320 estrangeiros, no prédio principal, dos quais 110 americanos.
Os combates, acompanhados de saques, recomeçaram no sábado passado, por causa de um conflito entre simpatizantes do líder guerrilheiro Roosevelt Johnson e o Conselho de Estado.
Formado por seis membros de diferentes grupos políticos, o conselho foi criado para governar a Libéria provisoriamente durante a implementação da paz.
Johnson foi demitido do cargo de ministro do Desenvolvimento Rural pelo conselho e teve sua prisão decretada por homicídio. O crime teria ocorrido durante combate.
Além da criação do conselho temporário, o acordo previa o cessar-fogo, o desarmamento das facções e eleições neste ano.
Guerra civil
A guerra civil do país começou em 1989, opondo a Frente Patriótica Nacional, que invadiu o país da Costa do Marfim, e governo.
Depois, surgiu a Ulimo (Movimento Unido de Libertação), formada por dissidentes das forças governamentais, principalmente das etnias mandingo e krahn.
Os combates mais recentes foram lançados pelos membros da etnia krahn, que criaram dissidência para se opor aos mandingos.
Ontem, ainda não havia o número de mortos nos combates em Monróvia. Assistentes médicos falavam em seis mortos e 40 feridos.

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