São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996
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Camelôs expulsam fiscais da prefeitura

MALU GASPAR
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 40 fiscais da prefeitura que foram ontem de manhã ao parque Dom Pedro 2º (centro de SP) apreender bancas de produtos perecíveis saíram intimidados pelos camelôs, após uma hora de blitz.
Depois de apreender cerca de 30 barracas, segundo a AR-Sé (Administração Regional da Sé), os fiscais foram impedidos de continuar por cerca de 200 camelôs, que gritavam "aqui vocês não passam".
Maria Paiva da Silva, 63, ajoelhou-se no chão, chorando. Ela diz que é ambulante há 42 anos. "Já apanhei por não ter dinheiro para pagar propina." Irene Laura de Souza, também ambulante, sofreu um ataque epilético durante a fiscalização.
Assustados, os fiscais saíram dizendo que iriam buscar reforço da Guarda Civil Metropolitana para continuar, mas não apareceram no resto da tarde.
Por telefone, o chefe de fiscalização, José Olímpio Pimentel, disse que não havia ido buscar reforço, e sim descarregar as mercadorias, levadas em quatro caminhões.
Para o administrador regional, Victor David, a saída dos fiscais "não tem importância". "O que eles (os camelôs) fizeram hoje não vai resolver o problema."
David disse que a fiscalização no parque Dom Pedro 2º deve continuar hoje, com mais apreensões.
Segundo ele, depois que forem retiradas as barracas irregulares, a intenção é alojar no parque os ambulantes retirados do centro velho.
Para fazer essa reorganização, ele estaria investigando para saber quem tem mais de uma banca e quais suas condições de vida.
Além disso, David disse que quer proibir que as barracas fiquem na praça durante a noite. Hoje, eles pagam um segurança para vigiar as barracas, que ficam fechadas.

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