São Paulo, quinta-feira, 11 de abril de 1996 |
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"Metido em Encrencas" é o cinema elementar
MARCELO REZENDE
O filme faz parte de uma trilogia escrita pelo dramaturgo Neil Simon sobre sua infância e juventude. É um trabalho que se distancia das comédias urbanas -como "A Garota do Adeus"- que deram fama ao seu mundo. Desta vez, o universo não é Nova York, mas uma pequena cidade interiorana onde se localiza uma base militar. É nesse lugar que um jovem soldado (Matthew Broderick, em mais uma grande interpretação) se prepara para enfrentar uma guerra. E como estamos no início dos anos 40, esse soldado enfrenta dois tipos de batalha: o conflito contra a Alemanha na Europa e a difícil vida sexual na América provinciana. O amor, suas estratégias, arrependimentos e tédios dão o tom de sua vida no quartel. A terceira em "Metido em Encrencas" pertence a Mike Nichols. A maior qualidade do filme é também a grande dificuldade enfrentada por seu diretor. O texto de Simon, com sua agilidade e ironia em cada diálogo, parece deixar toda a construção da imagem, e o trabalho de direção que isso implica, para trás. Algo que resultaria em um cinema muito mais para o ouvido do que para os olhos, dentro da sempre incômoda tradição do "teatro filmado". Em "Metido", a direção realiza o elementar. Não luta contra a qualidade de Simon e nem a exagera. Apenas compõe, a fim de ter como resultado um filme limpo de qualquer excesso. Texto Anterior: Buemba! FHC foi curar a insônia do Menem! Próximo Texto: As amigas dão show Índice |
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