São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 1996
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Professora levantou hipótese

FERNANDO MOLICA
DA SUCURSAL DO RIO

Coordenadora da pós-graduação em Química de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Sandra Oliveira e Azevedo, 39, foi a primeira pessoa a levantar a hipótese de que as mortes em Caruaru (PE) pudessem ter sido causadas por toxinas liberadas por algas azuis.
Conforme a Folha antecipou no dia 4, ela encontrou a toxina microcistina-LR no equipamento que filtrava a água utilizada na hemodiálise do IDR.
Azevedo afirma que começou a pensar na hipótese de contaminação dos doentes pela microcistina na noite do dia 25 de março, ao ver uma reportagem na televisão sobre as mortes no IDR.
A suspeita surgiu da constatação de que os mortos tinham os mesmos sintomas de hepatite tóxica apresentados por animais de laboratório contaminados pela toxina.
Ela entrou em contato com a Secretaria da Saúde de Pernambuco e, no dia 28, embarcou para Recife e Caruaru, onde recolheu as amostras analisadas.
Ontem, ela concluiria um outro exame, que buscava verificar se os filtros tinham capacidade de impedir a passagem da toxina.
A Folha apurou, em Recife, que o equipamento não foi capaz de eliminar a presença da toxina.
Paulista de São João da Boavista (a 234 km de São Paulo), Sandra Azevedo é bióloga e tem mestrado e doutorado em ecologia aquática pela Universidade Federal de São Carlos.

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