São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 1996
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Combustível já pressiona inflação em SP

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação em São Paulo pulou de 0,23%, em março, para 0,54% na primeira quadrissemana de abril, conforme dados divulgados ontem pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
"Aconteceu o esperado", disse Heron do Carmo, economista responsável pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fipe. Dois itens foram responsáveis pela aceleração: transportes e vestuário.
A pressão de transportes se deve ao aumento dos combustíveis. Em março, o aumento médio no setor era de 0,16%. Neste início de abril a taxa já é de 1,23%.
Pelos cálculos da Fipe, os combustíveis subiram 14%, em média, no município de São Paulo. Deste percentual, apenas um quarto já foi incorporado ao índice da primeira quadrissemana de abril.
O economista disse que, ao contrário do que ocorria em tempos de inflação elevada, o recente aumento dos combustíveis não deve ter repasses significativos para outros setores. A concorrência está mais acirrada, e a renda dos consumidores, inalterada há meses.
Vestuário
O item que mais fez a taxa de inflação subir, no entanto, foi o de vestuário. Os preços continuam em queda, mas em ritmo bem menor do que nas últimas semanas.
No final de março o setor de vestuário registrava queda de 6,08% nos preços praticados em São Paulo. Nos últimos 30 dias terminados em 7 de abril a queda era de 3,05%.
A taxa de inflação de abril vai depender muito do comportamento dos preços do vestuário. Heron do Carmo diz que este item "é um fator de imprevisibilidade".
O economista espera que em abril o setor tenha aumento de 6%. Sair da queda de 6% em março para alta também de 6% neste mês significa incorporar quase um ponto percentual de aumento na taxa de inflação, disse Heron.
Com base nessa projeção de aumento do vestuário, a Fipe prevê evolução média de 1,2% nos preços em abril. Para o segundo trimestre, Heron do Carmo espera taxa de 3%, acima dos 2,46% dos três primeiros meses do ano.
Os demais itens não tiveram grandes alterações e continuam segurando a taxa de inflação.
Os alimentos recuaram 0,19%, enquanto os aluguéis voltaram a subir menos (1,72% em média). Saúde e de educação repetiram esse comportamento.
Belo Horizonte
Os preços em Belo Horizonte tiveram aumento de 0,54% na primeira quadrissemana de abril, contra 0,63% em março, segundo dados do Ipead. A maior pressão veio de habitação e tarifas.

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