São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 1996
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Começa em Chicago festival latino

CELSO FIORAVANTE
EM CHICAGO

Os latinos entram hoje nos EUA pela porta da frente. Pelo menos em filmes, os cerca de cem (longas, curtas e vídeos) que o Chicago Latino Film Festival exibe de hoje a 22 de abril.
Em sua 12ª edição, o evento exibe produções de 11 países da América Latina, mais Portugal, Espanha e EUA, onde a presença hispânica não é desprezível.
O Brasil comparece com "Carlota Joaquina", de Carla Camurati, e "O Menino Maluquinho", de Helvécio Ratton. O país também será representado pelos curtas "Vala Comum", de João Godoy, "Onde São Paulo Acaba", de Andréa Selignan, e "Ventre Livre", de Ana Luiza Azevedo.
O festival começa quando a porção politicamente correta dos EUA ainda está chocada com as imagens dos policiais californiano espancando um casal de mexicanos em Riverside.
A porção cinematográfica do evento ficou reservada ao ator Marlon Brando, que resolveu capitalizar o episódio e disse ter doado US$ 25 mil ao casal para a educação de seus filhos.
"Flamenco"
Os latinos dão o troco a partir de hoje. O evento será inaugurado com o filme espanhol "Flamenco", de Carlos Saura. É um musical sobre o mais espanhol dos ritmos, protagonizado por cerca de 300 bailarinos, músicos e cantores, como o veterano Paco de Lucia, o "darling da mídia" Joaquín Cortés e o alternativo Agujeta.
O evento será marcado pela metalinguagem. Apenas da Argentina, dois dos filmes tratam do próprio cinema: "El Amante de las Películas Mudas", filme de estréia de Pablo Torre, sobre um ator do cinema mudo que revive seus momentos de glória em sua funerária, e "El Censor", de Eduardo Calcagno, sobre um homem responsável pela censura de filmes.
A Argentina apresenta ainda "Casas de Fuego", de Juan Bautista Stagnaro. O filme ganhou nesta semana sete prêmios Condor de Prata, entre eles os de melhor filme, direção, ator e ator revelação. O filme é sobre a vida do médico Salvador Mazza, que dedicou sua vida à pesquisa do Mal de Chagas.
As mazelas do continente, como a repressão na Argentina nos anos 70, o tráfico na Bolívia nos anos 80 e a violência social nos EUA nos anos 90, estão representadas em filmes como o boliviano "Jonás y la Ballena Rosada", de Juan Carlos Valdívia, e o porto-riquenho "Nueba Yol", de Angel Muñiz.

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