São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 1996 |
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Paris mostra últimos cem anos de escultura
LUIZ ANTÔNIO RYFF
Abordando a escultura no último século, "Les Champs de La Sculture" mostra 49 estátuas dos maiores escultores desde o francês Auguste Rodin (1840-1917), usando Paris como pano de fundo. Promovido pela prefeitura de Paris, o evento foi orçado em 7 milhões de francos (cerca de R$ 1,4 milhão) e inaugurado ontem pelo prefeito, Jean Tiberi. A exposição fica em Paris por dois meses. Paralelamente, uma mostra de fotografia no Théâtre du Rond-Point, na avenida Champs-Elysées, exibe os ateliês dos escultores e suas obras. Estilo Com estilos diferentes e materiais distintos, a exposição "Les Champs de La Sculture" faz um apanhado da escultura nos últimos cem anos. De Picasso a Max Ernst, de Giacometti a Miró, de Léger a Moore. O suíço Alberto Giacometti (1901-1966) comparece com o bronze "Homme qui Marche nº 1", enquanto um pioneiro do cubismo, o argentino Fernand Léger (1881-1955) é lembrado com a colorida "La Fleur qui Marche". O pintor surrealista alemão Max Ernst (1891-1976) mostra a influência da arte africana em seu trabalho no bronze "Microbe Vu À Travers un Tempérament". Já o belga Pol Bury, 73, faz suas esculturas interagirem com a água, como em "Fontaine 12 ' 12 Triangles Convexes", feita em 90. Não é o único a usar a água em suas obras. O suíço Jean Tinguely (1925-1991) se serve da água em "Fontaine", feita um ano antes de morrer. O francês César, 74, utiliza o humor. Sua peça "Rambo" homenageia o personagem de cinema, dotado de estranhas asas e de um par de patins. Uma das peças que mais chama a atenção é "Bloum, Nana Jaune", da francesa Niki de Saint-Phalle, 65. A escultura faz parte da série "Nanas", criaturas monstruosas e deformadas. "Bloum, Nana Jaune" é uma escultura de poliester, de cerca de seis metros de altura, em que uma garota inflada como um balão, parece andar em alguma praia imaginária. Rodin A grande estrela da exposição é, sem dúvida, Auguste Rodin, considerado o pai da escultura moderna. Três de suas obras fazem parte do "museu a céu aberto". É o artista com mais peças na avenida. A mais célebre é a estátua do escritor Balzac, que esteve exposta em São Paulo e no Rio de Janeiro, no ano passado. Rejeitada pela Sociedade dos Homens de Letras, que a julgou escandalosa em 1898, ela foi instalada no lugar de honra da exposição, no centro do Rond-Point -no meio da Avenida Champs-Elysées, entre a Place de La Concorde e o Arco do Triumfo. Outras obras de Rodin na exposição são "Andrieu d'Andrs" e "Jean de Fiennes", duas esculturas que fazem parte da famosa obra "Os Burgueses de Calais". Texto Anterior: Iggy Pop volta aos palcos à toda em NY Próximo Texto: O "Obelisco" é pintado de azul pela 2ª vez Índice |
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