São Paulo, sábado, 13 de abril de 1996
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Pequenos buscam modelo para reagir

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os pequenos supermercados -que têm de quatro a oito caixas e não pertencem às grandes redes- estão em busca de um novo modelo para competir com os maiores.
Em pouco tempo, eles vão começar a mostrar força em prestação de serviços, variedade de produtos -especialmente na linha de perecíveis-, além de inovar na apresentação das mercadorias nas prateleiras e no conforto das lojas.
O Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo) encomendou à FIA (Fundação Instituto de Administração) da USP (Universidade de São Paulo) estudo para traçar nova forma de atuação do pequeno varejo.
O professor de Economia da USP, Nelson Barrizzelli, coordenador do trabalho, diz que preço não deve mais ser a grande preocupação dos pequenos que querem disputar com os grandes.
Conquista do cliente
"Para competir, eles devem sim ter variedade de produtos, lojas modernas, confortáveis, com boa iluminação etc. Tudo isso vai pesar a favor da conquista do cliente", afirma Barrizzelli.
As lojas de conveniência, continua ele, têm modelo definido. Por isso vão bem apesar de as mercadorias serem comercializadas com preços elevados, em comparação com os próprios supermercados ou outros segmentos do varejo.
"É um exemplo de loja que adicionou serviço e por essa razão o consumidor se dispõe a abdicar do preço num certo momento".
Na sua análise, os pequenos supermercados devem se fortalecer, por exemplo, na venda de perecíveis -produtos que devem ser adquiridos quase que no dia-a-dia.
Ele diz que pode vir a ser sucesso de vendas para um pequeno comércio de alimentos a boa variedade de pães, carnes, laticínios e hortifrútis.
O desenho do novo modelo do pequeno varejo, diz Barrizzelli, está começando agora a ser discutido. Uma boa idéia dele deverá ser apresentada dentro de um ano. "Tão logo as respostas forem encontradas vamos operacionalizá-las", diz.
Loja de vizinhança
Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga, afirma que a idéia é que os pequenos varejistas façam entregas à domicílio, tenham telefone público, caixa de correio, serviços de xerox, fax etc.
"É o que chamamos de loja de vizinhança, que vai atender as emergências da população do bairro. A idéia é que o consumidor compre diariamente nessas lojas e faça a compra do mês nos grandes".
Assim que o estudo ficar pronto, conta ele, lojas-piloto serão testadas. "A idéia é fortalecer o pequeno varejista para que ele, mesmo pequeno, tenha um comércio tão rentável quanto o grande."

LEIA MAIS sobre supermercados na página 2-4

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