São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Investigador adere a islamismo

DA REPORTAGEM LOCAL

O agente de polícia Cláudio Escóssia de Carvalho, da 5ª Delegacia Policial, encarregado de investigar as quadrilhas envolvidas nas fraudes com telefonia celular em São Paulo, não encontrou nenhum envolvido, mas aderiu à causa.
Depois de oito meses convivendo com as colônias árabes, ele se converteu ao islamismo e agora usa duas jóias de ouro penduradas no pescoço: uma reprodução do mapa do Líbano e outra do Alcorão, o livro sagrado do islamismo.
Segundo ele, é impossível chegar às quadrilhas, porque elas são protegidas pelas comunidades de imigrantes. Ele diz estar convencido de que as fraudes não estão vinculadas a outros crimes, como o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e venda de armas.
Escóssia diz que o serviço de telecomunicações do Líbano foi destruído pelas guerras, e uma forma de os habitantes daquele país se comunicarem com o resto do mundo é por meio do "conference call" com celulares do Brasil.
Segundo ele, as quadrilhas dão calote no Brasil, mas cobram US$ 8 por minuto de conversa dos usuários no Líbano. O investigador reconhece que há crime de estelionato, mas diz que as quadrilhas "agem por patriotismo".
Para o investigador, as quadrilhas que agem em São Paulo foram expulsas do Uruguai e têm ramificações no Paraguai.
O inquérito na 5ª DP já soma oito volumes, contém pilhas de contas telefônicas que nunca foram pagas à Telesp e é sigiloso.

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