São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jornalista vende celular e recebe conta de R$ 117 mil

Ligações ao exterior incluíam Líbano, Ilhas Cayman e Albânia

DA REPORTAGEM LOCAL

A jornalista Maria Matilde Leoni, 41, de Ribeirão Preto, vendeu, no ano passado, uma linha de celular por R$ 300 no mercado paralelo e agora está sendo chamada a pagar uma conta de R$ 117 mil.
Outras 11 pessoas de Ribeirão que venderam linhas no mercado paralelo serão cobradas pela Ceterp, a telefônica local.
"Vendi a carta (que dava direito à linha) para a empresa que funcionava em uma sala ao lado de minha empresa de assessoria de imprensa. Como era meu vizinho, não me preocupei em checar se o comprador transferiu a linha para seu nome."
Em 1º de dezembro, Matilde foi surpreendida com uma conta de R$ 42 mil: "Fiquei apavorada e procurei o dono da loja. Ele disse que havia revendido a carta e que não sabia com quem estava o telefone".
Em janeiro, novo susto. Chegou uma segunda conta, de R$ 75 mil. Ela foi à Polícia e pediu abertura de inquérito.
Segundo Matilde, só em dezembro a pessoa que usou o telefone fez mais de 400 ligações ao Líbano. "Havia ligações para Albânia e Ilhas Cayman."
Sua maior preocupação, no momento, é ter de pagar a conta: "Não tenho patrimônio", diz.
O presidente da Ceterp, Wagner Quirici, diz que as fraudes somam mais de R$ 300 mil e que a empresa não tem alternativa a não ser cobrar das pessoas que constam como donas das linhas.
Para evitar novas fraudes, a Ceterp suspendeu o sistema de "conference call" na telefonia celular e divulgou comunicados sobre a venda de celulares.

Texto Anterior: Telesp diz como evitar fraudes
Próximo Texto: Entenda como acontecem as fraudes
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.