São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Busca demorou três semanas

DA REPORTAGEM LOCAL

A busca pelos adolescentes fotografados em 1990 durou três semanas. Percorridos praças, entidades de assistência social, pontos de concentração de meninos de rua, Febem, delegacias e presídios, 17 garotos foram localizados.
A idéia da reportagem começou durante a cobertura jornalística da rebelião ocorrida em fevereiro na Casa de Detenção do Tatuapé (zona leste), quando o repórter-fotográfico Lalo de Almeida foi reconhecido por duas detentas, fotografadas na praça da Sé em 1990.
Recuperadas as fotos daquela época, foi iniciada a procura pelo garotos. As melhores dicas sempre vinham dos próprios meninos de rua, que conseguem, apesar da distância uns dos outros, manterem-se sempre informados sobre o paradeiro dos colegas.
As fotos foram mostradas aos garotos, que não demoraram a identificar grande parte dos personagens que apareciam nelas.
A busca, vez ou outra, era atrapalhada por pistas falsas ou enganos. "Ferrugem", que hoje está na Febem, foi identificado de início como "Ferruginha", que havia morrido ao cair de um muro. A pista só foi descartada quando se descobriu que o "Ferruginha" havia morrido em 1989, um ano antes da realização das fotos.
Outra pista falsa e a reportagem foi até a zona de prostituição do Brás, onde estaria uma das garotas da foto, "Luciana". Pista descartada, depois de consultadas todas as mulheres. Soube-se depois que a "Luciana" estava casada e em casa, num endereço desconhecido.
Muitos dos fotografados eram "unanimidades", que todos conheciam, mas poucos sabiam onde estavam, como era o caso de Valquíria, encontrada em Caieiras com a ajuda de "Reginaldo", um contato feito na praça da Sé.
Depois de mais de uma semana de tentativas, chegou-se ao telefone comunitário na rua da mãe de Valquíria, em Morro Doce (zona oeste). Contato feito, marcou-se um encontro no km 24 da via Anhanguera. Era mais uma adolescente localizada.

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