São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Devassa fiscal pode ajudar na solução do 'caso da fita'

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-juiz de futebol Wilson Roberto Cattani deve ser alvo de investigação da Receita Federal, a pedido da Polícia Civil.
Cattani já está sendo investigado no inquérito do caso da "fita do suborno", que apura se ele foi pago pelo presidente do Botafogo, Laerte Alves, para fraudar arbitragens em favor do Botafogo no Paulista da Série A-2, de 1995.
Nas próximas semanas, a polícia deve pedir a quebra do sigilo fiscal do ex-árbitro.
A Polícia considera incompatível a renda declarada por Cattani, cerca de R$ 700, com seu nível de vida.
Só as contas telefônicas dele chegam perto desse montante.
Só em um mês de 1994, Cattani fez mais de 540 ligações interurbanas na linha telefônica residencial que alugava. As ligações do ano todo passam de 2.200.
Nesse total, não está contado o uso do seu telefone celular.
Além disso, no ano passado Cattani fez várias viagens a Ribeirão Preto, quase sempre de carro.
O ex-juiz ainda paga a prestação de um automóvel usado.
Na sua casa, o seu filho José Carlos, e sua mulher também têm fontes de renda.
Ela possui um salão de cabeleireiro em São Miguel Paulista, e José Carlos trabalha numa empresa que aluga e vende telefones.
Cattani afirma trabalhar como comissário de menores num Juizado na Lapa. O trabalho não é remunerado.
Sua única fonte de renda oficial é a intermediação na compra e venda de carros usados.

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