São Paulo, domingo, 14 de abril de 1996
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Coluna Joyce Pascowitch

JOYCE PASCOWITCH

Tapete vermelho
Encarando repouso forçado depois de uma viagem à Ásia, Sérgio Machado (foto) resolveu se inscrever em concurso de jovens estilistas. Lápis e papel na mão, criou uma roupa cheia de plaquinhas de cobre. Parecia uma escultura e o modelo agradou tanto que, além de ganhar o prêmio em questão, fez o destino -num daqueles percalços iluminados- carimbar o passaporte do rapaz para o grand monde da alta costura. Hoje ele vive em Paris, estuda no Studio Berçot, de Marie Rucki e, na paralela, vira assistente cheio de talento no ateliê de pesos-pesados, tipo Vivienne Westwood e John Galliano, com quem produz atualmente mais uma coleção. Para ele, que nunca deu passo em falso e sempre esteve com um pé adiante, já é primavera-verão. De 97, bien sûr.
*
Quem merece uma alfinetada?
Só quem distribui.
Com quantas agulhas se faz um vestido?
Depende da mão.
Que top desfilaria sua coleção?
Katharine Hepburn.
Para quem você tira o dedal?
Para a rainha-mãe.
Quem vai mal dos arremates?
Quem arremata demais.
Madame Chirac ou Ruth Cardoso?
Dona Ruth, claro.
O que faz você errar o molde?
Hipocrisia.
Quem não se enxerga nem no espelho?
Quem se acha o tal.
Roupa de cobre é boa para...
...ganhar o Smirnoff Fashion Awards.
Vivienne Westwood, John Galliano ou Ocimar Versolato?
Os três, cada um na sua.
Quando é que você tira os pés do chão?
Quando faço ioga.
Qual a passarela dos seus sonhos?
O Palais Garnier, antiga Ópera de Paris.
Corte ou postura?
Os dois, bem combinados.
Quem segura qualquer modelo?
Fred Astaire segurava.

Toalha
Luiz Antonio Fleury Filho ficou tão traumatizado com uma vaia -daquelas bem sonoras- que levou no aeroporto de Detroit, em rara concentração de brasileiros no pedaço, que agora só anda na contramão.
*
Se há férias ou feriadão no calendário, o marido de Ika se recolhe no Pacaembu, espera o tráfego baixar e só arruma as malas depois da análise de riscos.

Sombrero
Depois de ter estreado no ramo clicando moda no México para a "Elle" versão USA, Dennis Hopper agradou tanto que foi chamado para mais um trabalho.
A responsável pelo novo métier do ator é sua filha, uma das editoras da revista, que despacha papai para mais uma sessão clics -desta vez em Florença.

Alô, querida
Os fanáticos por celular vão amar.
Depois da Europa, viraram frisson nos Estados Unidos os aparelhos, de vários formatos, que a Nokia coloca no mercado.
Em tons que vão do laranja ao azul-cobalto, custam US$ 200 -e não sobra um na prateleira.

SUBIR NO SALTO
Nada a ver com aquele tipo sete -ou com modismos da estação. Chega em alto e bom som para substituir o tradicional descer o morro -no estilo de botar a baiana para rodar. Se alguém subiu no salto é porque a coisa complicou mesmo -e pintou no pedaço um barraco daqueles.

Cartomante
A onda de ciganidad vai finalmente ter toque de chiquê.
Com solo no Rio e em Salvador, o bonitón Joaquim Cortez -o bailarino que dá pinta em "A Flor do Meu Segredo", de Pedro Almodóvar, e sem o qual Giorgio Armani não desfila uma coleção- apresenta aqui em maio "Paixão Cigana".
Com flamenco, jazz e outras fusões calientes.

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