São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996![]() |
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Planalto descarta demissão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA A Presidência da República descarta qualquer hipótese de demissão do presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, devido à crise provocada pelo aumento salarial de até 77,47% concedido a funcionários da instituição.Um dos motivos seria a obrigação de demitir ainda os ministros José Serra (Planejamento) e Pedro Malan (Fazenda), que assim como Loyola são integrantes do CMN (Conselho Monetário Nacional), que autorizou o reajuste. O presidente Fernando Henrique Cardoso foi informado sobre o reajuste na quinta-feira por meio de seus assessores -que por sua vez ficaram sabendo do fato pelo noticiário da TV. Um assessor do presidente afirmou à Folha que o presidente não havia sido consultado sobre a decisão do CMN. Normalmente, antes de deliberar fatos importantes, o grupo comunica a medida informalmente ao presidente da República. Depois de informado sobre o alto percentual a ser concedido aos funcionários do BC, FHC iniciou imediatamente uma articulação para suspender o aumento. A suspensão acabou ocorrendo na última sexta-feira, um dia depois da aprovação do reajuste. Além do aumento, o governo também suspendeu a implementação de um programa de dispensa voluntária no BC. O reajuste excluía diretores e o presidente do banco, beneficiando os níveis mais baixos do corpo técnico (veja quadro acima). Corrida salarial O anúncio do aumento aos funcionários do BC criou um clima de expectativa em vários setores do funcionalismo, que desde janeiro reivindicam reajustes salariais. Um dos motivos pelo qual o governo recuou foi o temor de que o aumento pudesse detonar uma "corrida salarial", com várias categorias reivindicando tratamento semelhante ao dado aos funcionários do BC. Líderes sindicais, antes de saber da suspensão, chegaram a declarar que iriam usar o aumento no BC para reivindicar melhores salários. Cláudio Santana, diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Brasília, disse, na sexta, que iria "tirar proveito disso. É a prova de que o Tesouro tem dinheiro para conceder reajuste". Texto Anterior: Chefias pressionam Loyola por aumento Próximo Texto: BC apura ação que revelaria 'caixa dois' do Banco Excel Índice |
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