São Paulo, segunda-feira, 15 de abril de 1996
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Polícias rodoviárias estão sucateadas

CRISPIM ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

A frota de carros da Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo está sucateada. A maioria (75%) dos 600 veículos tem mais de dez anos de uso. Destes, mais de cem estão parados. O estado da frota está prejudicando o policiamento nas estradas.
"Estamos rodando à custa de quebra-galhos. A última vez que compraram carros foi em 92. É preciso reformar a frota com urgência", afirmou o coronel Máximo Monteiro dos Santos França Filho, comandante da Polícia Rodoviária Estadual.
O DER (Departamento Estadual de Estradas de Rodagem), órgão responsável pelo fornecimento de material para a Polícia Rodoviária Estadual, admite a gravidade do problema (leia texto nesta página).
Segundo França Filho, o policiamento fica prejudicado com carros velhos, porque tem menos agilidade no atendimento de ocorrências, por exemplo. Há dois meses, ele encaminhou ao DER um pedido de 466 carros novos.
Além disso, os carros também colocam a segurança do policial em risco. O problema é maior no interior do Estado (leia textos nesta página).
Policiamento federal
A Polícia Rodoviária Federal passa pelo mesmo drama. Dos 188 veículos da sua frota em São Paulo, 62 são sucata.
"Sem dúvida nenhuma isso contribui de alguma forma para aumentar o número de acidentes. Carro da polícia na pista inibe o motorista infrator", afirmou Armando Infante Júnior, superintendente da Polícia Rodoviária Federal em São Paulo.
O número de acidentes nas estradas tem aumentado gradativamente, admitem as duas polícias, mas os principais fatores apontados ainda são a imprudência do motorista e o aumento no volume de carros nas rodovias.
No último feriado prolongado, por exemplo, morreram 47 pessoas nas estradas do Estado de São Paulo. No ano passado, foram contabilizadas 33 mortes, mas os períodos são diferentes.
Em um levantamento parcial do fim-de-semana, 11 pessoas haviam morrido nas estradas do Estado da 0h de sexta-feira à 0h domingo. Também foram registrados 180 feridos em 345 acidentes.
"A reversão desse quadro é muito difícil. O trânsito mata mais do que a Aids. Não adianta placas de advertência. O que ainda adianta é a presença física do policial na pista e a autuação", afirmou o coronel França Filho.
A Polícia Rodoviária Estadual conta hoje com um efetivo de 3.400 homens, que patrulham 24 mil quilômetros de estradas.

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